O processo de aprendizagem vai além da famosa “decoreba”, utilizada por alguns para obter êxito nas avaliações na época de escola. Por trás disso, há um mecanismo que relaciona as informações externas com as habilidades de cada um para absorver o que é relevante.
Provavelmente, a parcela mais importante do processo de aprendizagem de algo está diretamente ligada a vínculos e capacidades fornecidas pelo cérebro. “O órgão está sempre fazendo novas conexões sinápticas entre as memórias novas e as já existentes. Esse funcionamento adaptável se transforma e modifica. Portanto, quanto mais estímulos captados pelos sentidos e percepções, maior será o desenvolvimento da aprendizagem”, explica a coordenadora pedagógica Sueli Adestro.
Esse mecanismo funciona assim: ao receber uma informação nova, o cérebro busca dados semelhantes em seu “arquivo”, facilitando sua interpretação e absorção. Com isso, lembrar aprendendo dela no futuro se torna mais fácil do que se não ocorresse esse tipo de associação. “Por ser um órgão com enorme capacidade de plasticidade, quanto mais uma proposta pedagógica estimular criativamente o desenvolvimento da memorização e de concentração, maior será a capacidade de compreensão de uma informação”, complementa Sueli.
Diferentes tipos de aprendizagem
Na escola, há quem apresente maior facilidade para compreender disciplinas de exatas, como matemática e física, enquanto outros se relacionavam melhor com português e história. Segundo Sueli, isso ocorre “porque há sinal de relevância associada a uma estimulação maior em uma área do que em outra. As informações que chegam por meio dos sentidos podem ser mais provedoras da memória, e, por conta disso, facilitam a aprendizagem”.
Além disso, outra explicação para essa diferença de afinidade com determinada disciplina é a Teoria das Inteligências Múltiplas, criada pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner, em 1983. “Nesse contexto, não haveria apenas um indicador de inteligência, mas ela seria formada por vários tipos. Gardner divulga sete dimensões da inteligência humana, que vão desde a habilidade motora até a intrapessoal, com a compreensão das próprias emoções e sentimentos”, descreve a educadora Semadar Marques.
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Texto e entrevistas: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Semadar Marques, educadora e especialista em empatia e Inteligência Emocional; Sueli Adestro, coordenadora pedagógica da Tutores, em Campinas (SP)