Jornalista, escritora, professora, pintora… ufa! Cecília Meireles foi uma das mais célebres e importantes figuras femininas do Brasil, cujo reconhecimento de seu trabalho transcendeu as fronteiras nacionais. No dia em que se completam 52 anos da morte desta mulher incrível, vamos relembrar um pouco de sua trajetória!
Um começo difícil
Cecília nasceu a 7 de novembro de 1901, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Seu pai faleceu três meses antes de a menina nascer e, sua mãe, antes de Cecília completar três anos. Por conta disso, acabou sendo criada com a vó, e desenvolveu uma intimidade e facilidade para lidar com a morte que a própria escritora reconhecia como fator que a inspirava a escrever tanto sobre a vida e a transitoriedade das coisas. Em 1917 já estava graduada e começa a dar aulas em escolas públicas do Rio. Ainda aos 18 anos, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, Espectro.
Carreira brilhante
É quase impossível encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar o nome de Cecília Meireles. São cerca de 50 obras entre ensaios, antologias poéticas, romances e histórias infantis. Embora influenciada em grande parte pelo Modernismo, também se reconhecem em seus textos traços do Simbolismo, do Realismo e do Romantismo. Alguns de seus poemas se tornaram música nas mãos de compositores como Luis Cosme e Fagner e, em 1938, ganha da Academia Brasileira de Letras o Prêmio de Poesia Olavo Bilac, por seu livro Viagem. Como professora, Cecília fundou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, em 1934.
Reconhecimento internacional
Dentro do Brasil, a importância de Cecília Meireles se expressa nas escolas, ruas e salões que levam o nome da escritora, e nas condecorações concedidas à poetisa – inclusive postumamente, como o Prêmio Machado de Assis, atribuído à Cecília em 1965 pela Academia Brasileira de Letras. Porém, seu reconhecimento transcende as fronteiras nacionais. Além de ter suas obras traduzidas para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, a escritora foi agraciada com dois títulos internacionais: o de Oficial da Ordem de Mérito do Chile, em 1952, e o de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi, capital da Índia, em 1953.
Vida pessoal e morte
A relação de Cecília com Portugal sempre foi muito forte. Foi lá que a escritora lançou alguns ensaios, como O Espírito Vitorioso e Batuque, Samba e Macumba, além de realizar conferências e lecionar nas universidades lusitanas. Também foi lá que nasceu seu primeiro marido, o pintor Fernando Correia Dias, com quem casou em 1922 e teve três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda. Vítima de depressão, Correia Dias suicidou-se em 1935, levando Cecília a casar-se, em 1940, com o engenheiro agronômo Heitor Vinícius de Silveira Grilo. Deixando uma contribuição imensa à literatura e à educação brasileira, Cecília Meireles faleceu em 9 de novembro de 1964, aos 63 anos.
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Texto: João Paulo Fernandes