Pela primeira vez, um Francisco. Pela primeira vez, um jesuíta. Pela primeira vez, um latino-americano. A ascensão de Bergoglio ao papado foi marcada pelo pioneirismo. Mas, talvez, a mais importante novidade tenha sido a escolha de um papa “do fim do mundo”, como o pontífice próprio disse ao se referir à distância do Vaticano à Argentina, sua terra natal.
A importância de um papa latino-americano
E como quebrar tabus não é problema para Papa Francisco, o pontífice também tem rompido drasticamente com tudo o que os fiéis católicos e o mundo viam como a imagem de um papa. O distanciamento para com o povo e a ostentação de todos os privilégios papais foram abandonados para dar lugar a um papa carismático e, como um bom jesuíta, evangelizador.
A escolha de uma figura carismática como Bergoglio em relação à imagem mais séria de Bento 16 não foi à toa. A Igreja quer cada vez mais se aproximar dos católicos diante da expressiva perda do número de fiéis a cada ano. E nada como um latino-americano para cumprir essa tarefa, já que é aqui onde se concentram 42% dos católicos em todo o mundo. E, de acordo com a decisão do Vaticano, já era hora dessa enorme parcela sentir-se representada de uma forma muito mais próxima.
É com o apoio de sua formação jesuíta que Bergoglio pretende fazer o que ele mesmo define ser o principal papel de um papa: ser um pastor. Inspirado no jesuíta São Francisco Xavier – um dos santos que inspirou o nome do pontífice e que foi considerado o missionário que mais converteu pessoas ao catolicismo desde a figura do apóstolo Paulo –, o papa tem como desafio conquistar novos seguidores, preservar os já existentes e, principalmente, frear o crescimento de outras religiões que roubam fiéis a cada dia, como as igrejas pentecostais, que apresentaram uma expansão vertiginosa na América-Latina.
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Texto: Natália Ortega – Edição: Victor Santos