Quem nunca tomou um remédio sem prescrição médica quando surgiu aquela dorzinha de cabeça? Veja quais são os perigos de se automedicar!
por Redação Alto AstralPublicado em 30/04/2019 às 10:00 Atualizado às 17:12
Quem nunca tomou medicamentos sem consultar um especialista? Quando o problema é dor de cabeça então, daí é que muita gente tem um remedinho bom, uma fórmula mágica que já deu certo com você ou com alguma pessoa conhecida. Saiba, porém, que a automedicação, apesar de ser muito comum, pode trazer danos muitos sérios à saúde. Estudos realizados por uma equipe de neurologistas do Hospital Geral Meier, em Israel, demonstraram quais são os perigos de se automedicar e que o uso exagerado e sem recomendação médica de analgésicos comuns pode acabar desencadeando uma dor de cabeça crônica. “O abuso no consumo de analgésicos por conta própria pode levar uma pessoa a sofrer com dor de cabeça todos os dias”, explica o neurologista José G. Speciali, professor associado de neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Um dos perigos de se automedicar é que os medicamentos que deveriam aliviar a dor de cabeça acabam agravando o problema. Nosso corpo produz, em pequenas e balanceadas quantidades, quase tudo o que o organismo necessita para se defender de dores ou infecções. Ou seja, produzimos analgésicos naturais. Assim, quando começamos a consumir muitos medicamentos industrializados, o corpo entende que não precisa mais produzir as substâncias que amenizam as dores. A conseqüência disso é que a dor se torna constante e só pode ser resolvida com o consumo de mais remédios. É um ciclo que só tem solução com auxílio médico.
Nenhum remédio deve ser tomado sem prescrição médica – Foto: Shutterstock
Não há no Brasil dados específicos sobre a automedicação apenas em casos de dores de cabeça. No entanto, a Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Abifarma) estima que cerca de 80 milhões de brasileiros tomam remédios sem recomendação médica. Ou seja, mais de 40% da população. Pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade Federal do Paraná constatou que aproximadamente 50% dos curitibanos que se automedicavam consumiam analgésicos. Destes, 43,5% tomavam o medicamento na tentativa de combater sintomas da cefaleia.
Um dos fatores que estimula a automedicação é a dificuldade em se conseguir horários para uma consulta com o médico por meio do sistema público de saúde — dilema que, não raro, também afeta quem é atendido por algum convênio particular. Mesmo estimulando a prática danosa, o fato não pode ser usado como desculpa, sobretudo quando há alternativas disponíveis: “Dores de cabeça esporádicas, desde que não se enquadrem nos sinais de alerta (quando associadas a outros sintomas, por exemplo), podem ser tratadas com medidas não medicamentosas, trazendo bons resultados. Compressa fria, técnicas de relaxamento e acupuntura são alguns exemplos”, diz o neurologista Marcelo Mariano da Silva. Tais medidas não serão suficientes para a enxaqueca, é verdade. Porém, se for mesmo esse o quadro, só os analgésicos também não irão bastar. Sendo assim, a solução é procurar ajuda especializada.
Certos remédios podem piorar a doença, camuflar sintomas, provocar efeitos graves ou apenas não servirem para nada. Cuidado!
Só devem ser tomadas quando há uma real necessidade até porque algumas, dependendo da dose, podem provocar doenças. A vitamina C, por exemplo, provoca distúrbios gastrintestinais e cálculo renal. A vitamina A, quando consumida por crianças, pode provocar hipertensão craniana.
Sem a orientação do médico, a única coisa que se pode passar nos olhos é água limpa. O colírio tem princípios ativos, como corticoides e antibióticos, podendo mascarar ou piorar o quadro e, em caso de glaucoma, pode agravá-lo.
Este medicamento leva a alterações intestinais. Em casos de intestino preso, pode perfurar o intestino. Em idosos, causa desidratação e alterações metabólicas. Em pessoas com tumor intestinal, em geral não diagnosticado, podem agravar a doença.
A tosse pode ter várias causas, como infecção viral ou bacteriana, alergia, refluxo da hérnia de hiato e cancro das vias respirató- rias. O xarope pode ocultar o sintoma ou não ter efeito algum, fazendo com que a doença piore.
Este medicamento é muito usado para combater a dor de estômago. Este sintoma pode ser uma úlcera, um tumor, pancreatite e até um enfarte do miocárdio. O uso inadequado pode retardar o diagnóstico, comprometer o tratamento e expor o paciente ao risco de morte.
Cada um tem uma indicação adequada. O uso indiscriminado pode mascarar doenças, como cancro de pele, provocar dermatite de contacto, ou não ter efeito.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: José G. Speciali e Marcelo Mariano da Silva, neurologistas
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