Todo brasileiro adora um arraiá ou, ao menos, alguma parte da celebração anual. Seja pelos quitutes, brincadeiras ou o simples fato de reunir amigos e família em uma comemoração agitada. Porém, muito além da diversão, a festança tem diferentes características em todo o país, reafirmando as tradições de cada região. Para saber mais sobre o assunto vamos fazer uma viagem no tempo para descobrir tudo sobre a história da festa junina.
Por meio dos seus símbolos e costumes, é possível recriar uma parte da nossa cultura. Daqueles que moldaram hábitos e enriqueceram o calendário com eventos plurais. Por exemplo, você sabia que as bandeirinhas foram criadas em homenagem aos santos juninos? Não? Bom, a seguir, contamos outras curiosidades dessa cerimônia tão querida.
A história da festa junina
As celebrações acontecem todos os anos, em meados de junho, e costumam homenagear quatro santos conhecidos: no dia 13 é Santo Antônio quem recebe as honras, no dia 24 é a vez de São João ser celebrado e, por fim, temos São Pedro e São Paulo, que recebem as graças no dia 29 de junho.
As primeiras festas eram dedicadas exclusivamente a São João. Por isso, levaram o nome de joaninas, mostrando sua forte conotação religiosa. As comemorações se popularizaram e, após a entrada dos festejos dos quatro principais santos no calendário católico, passou-se a chamá-las de festas do mês de junho ou festas juninas.
Os elementos da colonização do Brasil estão presentes nos eventos caipiras até hoje. A quadrilha, por exemplo, é originária das danças realizadas nas festa da corte portuguesa no Brasil. O pau de sebo também é uma tradição dos nossos colonizadores, que disputavam a brincadeira a fim de conquistar uma prenda que havia no topo, assim como mostrar sua bravura.
No Estado de São Paulo, as celebrações remetem à tradição do povo interiorano da região, com muitos doces e canções típicas dessa parte do país. Já no Nordeste, destacam-se as festas de São João de Campina Grande (PB), que leva dois milhões de pessoas em 30 dias de festa e tem no forró sua principal atração musical. Caruaru (PE), por sua vez, comemora a cerimônia com as bandas de pífano, os bonecos de mamulengo e a literatura de cordel.
Significado de cada simbolo
E o que falar dos elementos típicos da história da festa junina? Embora muitos não saibam, cada um possui um significado especial, que remontam e mesclam a cultura católica, portuguesa e caipira.
Fogueira
É um elemento religioso. A tradição conta que Isabel, irmã de Maria, teria acendido uma fogueira para avisar a irmã do nascimento de São João Batista. Por isso ela deve ser acendida às seis da tarde, horário da oração da Ave Maria.
Com o passar dos anos, ela foi ganhando novas conotações, como espantar maus espíritos e proteção. Toda a festa gira em torno dela, seja para aquecer as pessoas devido a baixa temperatura de junho ou para iluminar aqueles ao seu redor. A tradição de saltar suas chamas é para mostrar a bravura diante do perigo.
Bandeirinhas
Você sabia que esse elemento tem uma forte influência do budismo? Isso mesmo! Durante as grandes navegações, os portugueses entraram em contato com essa filosofia e seus costumes. Uma de suas tradições era imprimir orações em pequenos tecidos coloridos, para que o vento pudesse levar preces para outras regiões e povos.
Adaptando a ideia as festividades, os nossos colonizadores começaram a estampar pequenos panos com as imagens dos santos juninos, enfileirando-os e suspendendo-os em cordas para que todos pudessem vê-los. Com os anos, elas foram ganhando novos formatos, materiais e cores. Além de embelezar a celebração, também remetem a uma ideia de proteção e religiosidade.
Balão
Esse componente da história da festa junina tem dois simbolismos. O primeiro está ligado a comunicação. Antigamente, quando uma região começava as comemorações, soltavam-se balões para anunciar a todos e outros locais das celebrações.
O segundo tem como significado um traço religioso. O artigo seria uma forma de contatar o divino, por ir da terra ao céu, levando os desejos daqueles que o fizeram. Atualmente, porém, a prática é proibida por lei, já que pode causar incêndio e machucar pessoas. Por isso, os balões ganharam uma nova versão, feita com papel de seda colorido, pendurado em barbante, como luminárias.
Quadrilha
Como já comentamos, a quadrilha tem sua origem nas danças realizadas nas festa da corte portuguesa no Brasil, que também possui características das celebrações francesas. O momento representa a alegria e amor. Além de, antigamente, servir como forma de conquista, já que constantemente trocasse o par, para que todos possam se conhecer melhor.
A encenação do casamento foi perdendo força ao longo dos anos, mas, se retomarmos a história da festa junina, a quadrilha só era feita após o teatro, como forma de comemorar a união dos noivos. Também tinha como princípio uma homenagem aos santos e agradecimento pela boa colheita. No nordeste, a música ganhou um repertório diferente, composta por instrumentos como o triângulo e rebeca.
Pau de sebo
Esse elemento é mais comum no Nordeste e Norte do país. Veio de uma herança portuguesa que tinha como objetivo mostrar, por meio da brincadeira, bravura e poder. A proposta consiste em tentar subir em um tronco reto e liso banhado de sebo ou graxa, ou qualquer outra substância gordurosa, para que os participantes tentem pegar um prêmio que se encontra no topo. A pessoa pode usar de qualquer artifício para escalar, mas poucos tem habilidade para.
Fogos de artifício
Esse símbolo não tem muito segredo. Na realidade, foi ganhando espaço com o passar dos anos e é uma tradição bem mais recente, principalmente vista na região Norte e Sudeste. Seu uso está ligado ao afastamento das más energias e espíritos do azar. Além, é claro, de anunciar para todos que a festividade do mês de junho já começou.
Comidas
Você já reparou a quantidade de quitutes que são típicos da cerimônia? Isso porque a mesa farta simboliza a fartura e o fim do trabalho braçal. O milho, que é um dos maiores representantes da festa junina, se popularizou graças a colheita da espiga, que cai exatamente nessa época do ano.
Além disso, também representa a exuberância e riqueza, já que fornece centos de grãos de apenas um que foi plantado. Todos os seus derivados, como a canjica, a pamonha, bolo e suco são muito bem-vindos para todos se deliciarem.
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