Dia Mundial do Autismo: entenda o transtorno, seus sintomas e tratamento

Segundo a OMS, acredita-se que 1 em cada 160 crianças no globo possuem os sintomas de algum nível do espectro. Entenda mais sobre o Dia Mundial do Autismo!

- Foto: Shutterstock

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, ou simplesmente Dia Mundial do Autismo, é celebrado em 2 de abril, como forma de alertar e informar, todos os anos, sobre essa categoria de transtorno no desenvolvimento do cérebro.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúda (OMS), acredita-se que o autismo afeta uma em cada 160 crianças no mundo, somando mais 70 milhões de casos. Nesse espectro, o nível de gravidade varia de quadros leves, com poucos dificuldades de adaptação, a condições de total dependência para quaisquer atividades diárias.

O que é?

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um quadro de saúde mental caracterizada pelo déficit no desenvolvimento da comunicação, socialização e comportamental. Sua principal característica esta nos diversos tipos de condições, não havendo apenas só um.

Por isso que se adotou o termo “espectro”, a fim de abranger todos os níveis de influência na maneira com o qual a pessoa conduz a vida. Englobando aqueles que levam uma rotina comum, sem qualquer condição aparentem (algumas nem sabem que são autistas), a pacientes com doenças e condições associadas.

Segundo a revista médica JAMA Psychiatry, fatores genéticos são os mais importantes na determinação das causas, além de fatores ambientais, como a idade avançado do pai e o uso de determinados tipos de medicamento durante a gravidez.

Origem do Dia Mundial do Autismo

O Dia Mundial do Autismo foi criado em 18 de dezembro de 2007, pela Organização das Nações Unidas (ONU). A proposta é de conscientizar a população sobre o transtorno de neurodesenvolvimento, acabando com preconceitos e promovendo ações mais inclusivas.

Em 2 de abril, vários pontos turísticos de todo o planeta são iluminados na cor azul (uma vez que a maioria dos casos são registrados em pessoas do sexo masculino), com a finalidade de chamar atenção para a data e reforçá-la ao longo dos anos. Aqui no Brasil, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, é um dos exemplos de cartão-postal que celebra o dia.

Día Mundial del Autismo, incluir es otra forma de abrazar ...

Principais sintomas

Quando o bebê é muito pequeno, os sinais do autismo não são tão evidentes, visto que não se espera uma interação de nível elevado nesta idade. Mas, próximo ao primeiro ano de vida – quando as demandas por respostas, imitações e brincadeiras aumentam, – as famílias começam a notar fatos que chamam a atenção, tais como atrasos ou ausências de comportamentos e habilidades esperados.

  • Falta de iniciativa espontânea na interação social e pouca ou nenhuma resposta às tentativas das pessoas;
  • Não manter o contato visual, um dos traços mais significativos relacionados ao espectro autista
  • Não usar gestos para se comunicar e interagir (dar tchau e apontar, por exemplo);
  • Ter ausência ou atraso no desenvolvimento de linguagem oral;
  • Apresentar padrões inflexíveis de comportamento e dificuldade de lidar com mudanças na rotina. “Elas ainda apresentam uma grande necessidade de se manter em uma mesma rotina, podendo apresentar muita dificuldade de mudanças no dia a dia”, ressalta a neurologista Ana Carolina Coan;
  • Possuir interesse restrito, incomum ou muito intenso em determinados objetos, (desde escova de cabelos) e/ou partes específicas de brinquedos (como rodas de carrinhos);
  • Movimentos corporais inesperados (balançar ou tremer o corpo, correr de um lado para outro, chacoalhar as mãos ou dar pulinhos);

A neurologista reforça a afirmativa de que um dos principais traços do autismo está na falta de uma comunicação clara desde os primeiros anos. “A criança pode ter atraso para adquirir a fala ou não conseguir falar. Da mesma forma, pode apresentar dificuldade de se comunicar mesmo por gestos ou entender o que está acontecendo em um contexto social específico (por exemplo, ter dificuldade de reconhecer expressões das faces relacionadas com alegria ou tristeza)”.

Tratamentos terapêuticos para o autismo

Por se tratar de um universo específico e muito particular, o psicólogo pode utilizar diferentes ferramentas para lidar com os casos de autismo. “Existem três práticas que são consideradas como ações baseadas em evidências, ou seja, são intervenções que têm a eficácia comprovada por pesquisas. São elas: ABA (análise do comportamento aplicada), PECS (comunicação por trocas de figuras) e TEACCH (Tratamento e Educação de Crianças Autistas e Atrasos na Comunicação)”, explica a psicóloga e mestre em educação especial Larissa de Carvalho.

Na terapia ocupacional, por exemplo, os especialistas têm o papel de acolher a família, orientando e dando instruções coerentes de acordo com a rotina de cada uma. A preocupação desse profissional vai além do próprio paciente, atentando-se para fatores externos – tanto benéficos quanto maléficos – que possam influenciar no autismo e na vida do indivíduo.

Ao tratar um autista, o terapeuta pode se concentrar nas áreas motora, perceptiva e cognitiva, ajudando a progredir na capacitação de desenvolver laços sociais e se interessar por novas atividades. No tratamento, uma análise de repertório e limitações deve ser realizada logo no princípio.

Na ABA, é criado um currículo de comportamentos que deverão ser ensinados para a pessoa com TEA, como comunicação, habilidades sociais e acadêmicas, autocuidados e coordenação motora. Já o PECS, segundo Larissa, permite o desenvolvimento da fala por meio do uso de figuras. “No início, a criança irá aprender a trocar figuras para pedir coisas que deseja e, depois, aprenderá a comentar sobre tudo o que acontece na sua vida”.

O TEACCH, por sua vez, promove uma série de adaptações no ambiente que o autista está contido, ensinando diferentes habilidades a ele. Os familiares do indivíduo com autismo também podem ser beneficiados com o acompanhamento de um psicólogo. O profissional pode, além de outros benefícios, colabora com o desenvolvimento emocional das pessoas envolvidas no processo do diagnóstico e tratamento do transtorno.

Literatura como aliada

Em 2020, a editora Astral Cultural lançou o livro “Palmas Para António“, da jornalista Lana Bitu. A obra conta, de forma engraçada e emocionante, os desafios da autora e seu marido ao criar  o filho, António, que foi diagnosticado com autismo aos sete anos de idade.

Com um enredo claro e de fruição natural, a obra conta com memórias cotidianas de um menino que deixou os pais em pânico porque só começou a falar quando completo 4 anos. Mas que, hoje, soma várias vitórias. “Qualquer conquista dele tem e sempre terá um valor triplicado”, escreveu em um dos trechos.

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