A busca por aceitação e inclusão é uma característica marcante entre o grande público. E isso falando de pessoas que se encaixam nos padrões estabelecidos pela sociedade, seja em relação às aparências, gênero, comportamento, etc.
Se uma pessoa que se encontra “de acordo” com o arquétipo social pode achar difícil se enquadrar nesse modelo, como é para alguém que possui a comunicação interpessoal prejudicada por um distúrbio? “A pessoa que possui autismo tem muita dificuldade em estar inserida em um contexto social e isto torna difícil a relação entre pessoas”, elucida a fonoaudióloga Danielle Damasceno.
Os benefícios da inclusão
Mais do que um dever social, a inclusão do autista deve ser destacada pela reflexão no tratamento do indivíduo. “Ela faz parte de um processo terapêutico. Então, quanto mais inclusa essa pessoa estiver, maior chance ela terá de interagir com as pessoas, de aperfeiçoar suas habilidades comunicativas”, assinala a profissional.
Entretanto, o autismo possui diferentes graus e gravidades, fazendo-se necessário um diagnóstico completo para verificar as necessidades particulares de cada paciente. Dependendo do quadro, se os sintomas forem mais intensificados, há a possibilidade de a criança frequentar um ensino especializado, ligado ou não ao regular, para que ocorra uma integração mais eficiente. Em casos como esse, a instituição oferecerá um ambiente mais confortável para o indivíduo, em um processo de inclusão gradual.
Apoio profissional
Apesar de o suporte da família ser essencial para o bem-estar do autista, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar no processo de inclusão, como indica o médico e psicólogo Roberto Debski, é indispensável devido à complexidade dos sintomas e diversos fatores que envolvem o TEA. “Sendo assim, a integração da família e da equipe de profissionais e cuidadores atende às melhores necessidades da pessoa com o espectro”, completa o especialista.
Por outro lado, ter um profissional como apoio é importante para esclarecer qualquer dúvida que apareça no ambiente de convívio social do autista. “Além do tratamento do autismo em si, podem ajudar informando a comunidade sobre como fazer para incluir aquela criança”, conclui Danielle.
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Texto: Giovane Rocha/Colaborador – Entrevistas: Jéssica Pirazza/Colaboradora
Consultorias: Danielle Damasceno, fonoaudióloga; Roberto Debski, psicólogo, médico e diretor da Clínica Ser Integral, em Florianópolis (SC)