Engana-se quem acredita que o cyberbullying é somente uma forma de agressão, mas em outra plataforma. Muitos especialistas o consideram mais poderoso que o bullying. Na forma convencional, as ofensas são restritas a um ambiente específico, como o escolar, por exemplo. Já em seu formato virtual, elas podem ser feitas a qualquer hora e de diversas formas, através de mensagens de celular ou espalhando comentários maldosos pelas redes sociais, terreno no qual a agressão ganha repercussão pública.
![homem, computador, quarto escuro](/media/uploads/legacy/2016/11/homem-computador-quarto_1.jpg)
Valendo-se do anonimato, os praticantes de cyberbullying agem de forma silenciosa, porém impactante. FOTO: Reprodução/Pixabay
Agressor
Os atos hostis de quem pratica o cyberbullying são uma forma de demonstrar poder ou superioridade, porém, podem esconder uma necessidade de chamar a atenção, já que não consegue dialogar com outras pessoas. “No agressor, identificamos características como inveja, agressividade, covardia, desrespeito, incapacidade de lidar com a diversidade e, acima de tudo, intolerância”, explica o médico Jô Furlan. No caso do cyberbullying, aproveita-se do anonimato para agredir e ofender as vítimas.
![menino, punho, mão fechada, soco](/media/uploads/legacy/2016/11/mao-menino-soco_1.jpg)
As atitudes do agressor em relação à sua vítima podem representar desde sentimentos como inveja até a incapacidade do mesmo em se comunicar. FOTO: Reprodução/Pixabay
Vítima
Os alvos preferidos dos agressores são as pessoas tímidas, inseguras ou pouco sociáveis, e que fogem de algum padrão estético como peso, altura ou etnia, ou comportamental – geralmente, o aluno com melhor desempenho, ou o mais quieto da classe. Com os atos hostis, tendem a ficar ainda mais inseguras e retraídas, o que leva a comportamentos como angústia, medo, desejo de não ir à escola e depressão.
![menina, cobrindo os olhos, chorando, preto e branco](/media/uploads/legacy/2016/11/menina-chorando-preto-e-branco_1.jpg)
Quem sofre bullying, inclusive em sua forma virtual, pode apresentar quadros de depressão, dependendo da intensidade e frequência das agressões. FOTO: Reprodução/Pixabay
Público
Um dos fatores que torna o bullying virtual ainda mais poderoso é o público, já que uma ofensa em uma rede social, por exemplo, pode alcançar um grande número de pessoas em pouco tempo. Apesar de boa parte delas não passarem as hostilidades adiante, também evitam defender a vítima, com medo de retaliação. De acordo com Furlan, esses espectadores fazem parte ativa do problema, uma vez que, sem eles, o bullying não decola. “Por outro lado, quando curtem ou compartilham algo neste perfil, também se tornam autores desta violência“, alerta o médico.
![menina, constrangida, sendo debochada, sofrendo bullying](/media/uploads/legacy/2016/11/menina-triste-bullying_1.jpg)
O cyberbullying é ainda mais perigoso do que sua versão convencional por conta da repercussão que as ofensas ganham nas redes. FOTO: Reprodução/Glow Images e Latinstock
LEIA TAMBÉM
- Comportamento nas redes sociais pode influenciar no futuro profissional
- Elogios também fazem parte do ambiente de trabalho. Entenda!
Texto: Thiago Koguchi Edição: João Paulo Fernandes Conultoria: Jô Furlan, médico e pesquisador na área de neurociência do comportamento