Você já reparou quando o seu cachorro ou gato, fica olhando para um espaço, latindo ou miando sozinho, como se tentasse avisar algo? Os animais podem, sim, ter a sensibilidade de prever uma ação do futuro. Em outras palavras, existe, então, uma premonição animal? Confira a resposta pela visão do Espiritismo!
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As pesquisas sobre o assunto
Ernesto Bozzano, nascido em Gênova, Itália, em 1862 e morto em 1943, professor da Universidade de Turim, foi ao ponto ao publicar, em 1905, o livro Animali e Manifestazioni Metapsichici, publicado posteriormente pela editora Lachâtre com o título Os Animais têm Alma?, em que relata 130 casos com rigor e metodologia científica.
Bozzano chega a evidências que levam à tese de existência e sobrevivência da psique dos animais e da capacidade telepática que possuiriam cães, gatos e cavalos de pressentirem eventos como a morte de seus donos, de verem entidades e até mesmo de se manifestarem depois de mortos, sendo percebidos por seres humanos ou outros animais.
Na mesma linha de raciocínio de Bozzano, baseada na suposta capacidade telepática dos animais, que é a comunicação de pensamentos, sentimentos ou conhecimentos sem usar a audição, visão, olfato, tato ou paladar, o biólogo Rupert Sheldrake desenvolveu suas pesquisas científicas. O trabalho, que contou durante cinco anos com a participação de dois mil donos e treinadores de cães, resultou no livro Cães sabem quando seus donos estão chegando.
São 97 relatos que demonstram que os animais sabiam, por antecipação, o exato momento em que seus donos voltariam para casa e, assim, se colocavam a espera com uma precisão para lá de curiosa, pois no momento em que o dono se movimentava para voltar do outro lado da cidade, o cão instintivamente já se sentia acionado e se punha a esperar. Com um interessante detalhe: a experiência envolveu pessoas com horários imprevisíveis, sem uma rotina ou padrão estabelecido que viesse a explicar um condicionamento do animal.
Reações animais
Com reações que vão desde pelos arrepiados, medo instantâneo, agressividade inexplicável e mordidas no ar, cães e gatos enfrentam um desconhecido invisível na defesa de seus donos ou territórios. Com choros, ganidos longos e repetitivos, alguns cães também manifestam sua angústia e dor diante da iminente morte de alguém ligado a eles. Essas são algumas das reações descritas por Ernesto Bozzano ao relatar os casos registrados.
Num deles, bastante significativo, publicado em 1898, conta que o cachorro Davie, um fox-terrier tranquilo e manso, descansava no colo de sua dona, a Sra. Terriss num hotel em Belford Park, Londres, quando, de repente, teve um ataque súbito de cólera e, se jogando no chão, atacava um alvo invisível, gemendo, latindo e rangendo os dentes. A atitude chamou a atenção dos filhos da Sra. Terriss que jogavam xadrez. Naquele exato momento, o relógio marcava 19h20 e o marido da Sra. Terriss, o ator William Terriss morria assassinado.
As considerações sobre o caso são de Bozzano: “Tendo em vista a natureza não verificável do episódio em questão, seria inútil se estender com comentários mais detalhados. Assim sendo, limitar-me-ei a sublinhar que a correspondência perfeita entre a hora em que o assassinato aconteceu e a mímica furiosamente agressiva do cão nos leva inquestionavelmente a pensar que ele realmente tenha tido a visão subjetiva da cena dramática na qual seu dono sucumbia; e, consequentemente, que ele tenha tentado defendê-lo, lançando-se contra o agressor.”
O biólogo Rupert Sheldrake também relata o comportamento da cadela Debbie no Havaí. Sua dona, a Sra. Estarfire, nunca sabe o horário em que o marido, oficial do exército, chegará para jantar. Mas Debbie nunca erra, ela vai para a porta assim que, do outro lado da cidade, o oficial se prepara para voltar, independente do jantar da família ter sido servido ou não.
Assim, a dona de casa americana, habituada à precisão de Debbie, espera pela reação da cadela para saber se coloca ou não mais um prato na mesa. Um indício de telepatia entre o animal e seu dono, segundo os estudos de Rupert.
Verificando a fundo
O administrador de empresas Paulo Henrique Figueiredo, autor do livro Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos e colunista no tradicional jornal espírita Correio Fraterno, aprofundou seus estudos sobre as pesquisas de Bozzano e Rupert Sheldrake e analisou o assunto sob a luz da Doutrina Espírita.
Veja o que Figueiredo diz a respeito: “Inúmeros casos, registrados desde os tempos de Allan Kardec, evidenciam a percepção mediúnica dos animais. Eles podem ver espíritos e reagem como se fossem homens. É muito comum, para quem convive diariamente com animais mais, ver um cão ou gato reagindo com um canto vazio como se lá estivesse alguém. Ainda cabe pesquisar, porém, se os animais veem os espíritos ou apenas materializações causadas por médiuns humanos. Essa pesquisa experimental ainda não foi feita.”
A médica veterinária Irvênia Prada, palestrante e professora de anatomia animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, USP, autora dos livros A questão espiritual dos animais e A alma dos animais, concorda com Rupert em relação à sensibilidade dos animais, vendo também correlação com a Doutrina Espírita.
“Eu acredito, sim, que isso seja possível, com base na teoria dos campos mórficos de Rupert Sheldrake. Para este pesquisador, a organização material do corpo físico – também dos animais – tem uma matriz eletromagnética, um ‘campo mórfico’, que emite projeções energéticas para outros campos mórficos, além de ter a característica, como campo energético, de interagir com informações oriundas do ambiente. Salta aos olhos a concordância de conceito de ‘campo mórfico’ de Sheldrake, com o de ‘MOB – Modelo Organizador Biológico’ do Dr. Hernani Guimarães Andrade e com o de perispírito, que consta do conteúdo da Doutrina Espírita.”
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Edição: Rafael Barbosa/Colaborador | Design: Gabriel Andrade/Colaborador
