Tem dificuldade para meditar? Conheça a técnica de “Koans”

Alcance a paz interior e harmonize o corpo e a mente com o exterior por meio de afirmações, dúvidas e diálogos do método Koan de meditação

- Foto: Getty Images

Muita gente acha que a meditação é uma ferramenta pertencente a essa ou àquela doutrina. Às vezes, até a mais de uma. Mas, na verdade, a prática existe independentemente da filosofia de vida ou crença que cada um segue. Por isso, não é difícil adicioná-la ao dia a dia de cada um, conhecendo seus benefícios e diferentes técnicas, como o método Koan e Zazen.

Você encontra ensinamentos sobre ela no Yoga, no Reiki, pode ser vista também no Cristianismo, no Jainismo, e até em sua forma conhecida como Meditação Clínica, usada em tratamentos. Todos esses caminhos demonstram que se trata de um fenômeno amplamente discutido, a respeito do qual se tem muito a falar.

Embora nada disso tire a sua característica simples e objetiva, um recurso que qualquer um de nós pode usar, das pessoas mais calmas até as mais agitadas. E, mesmo quando há certa dificuldade, escolher um tipo de processo pode ajudar. Um deles é o Koan, que vem ganhando mais espaço dentro das vertentes e rotinas.

Mas afinal, o que é o método Koan?

Oriundos do Budismo Zen, no Japão, os Koans são pequenas afirmações ou perguntas. Também existem na forma de diálogos não muito extensos, geralmente representando uma conversa entre mestre e discípulo.

Desde o seu aparecimento, eles ficaram muito populares, a ponto de serem praticados inclusive fora da filosofia budista. Os que existem na forma de conversação, e são mais antigos, levam a compreensões por meio de simples sentenças, algumas vezes até metafóricas, onde a mente pode ser comparada a uma xícara de chá, por exemplo.

E, assim, eles levam o meditador a tentar entender melhor a natureza do pensamento, os hábitos, e a encontrar o que pode levar a uma verdadeira transformação interna.

Como usá-la?

Há pessoas que meditam prestando atenção na respiração, outras nos pensamentos. Também existe a possibilidade de praticar com mandalas ou repetindo mantras. Com o método Koan não é muito diferente.

O praticante coloca a sua atenção mentalmente no Koan de sua escolha, suponhamos que seja um de afirmação, e toda a sua concentração recai sobre essa afirmação. Ou, se for um de pergunta, o meditador tenta responder a ela, colocando toda a sua cuidado nisso.

Ilustração de meditação

Ilustração: Shutterstock

Já em caso de diálogos, há uma tentativa de compreender o ensinamento. Você pode fazer isso sentado com alguma postura específica, ou apenas confortavelmente, bem como deitado. A posição depende muito se você segue alguma doutrina ou não. O fato é que usá-los diz respeito apenas ao objeto sobre o qual o praticante põe sua atenção.

Como funciona?

Nossas mentes não estão em harmonia, elas são conflituosas. E conflito só pode gerar conflito. A expansão da consciência ou autoconhecimento, que é uma das consequências da meditação, leva a estabilizar nosso campo mental, onde os pensamentos criam variados tipos de desequilíbrios ao longo do dia.

Quando alguém medita, não está apenas entendendo o processo que é o pensar, bem como a natureza do nosso psicológico, também está assimilando o quanto a atenção é roubada o tempo todo, consumindo a nossa energia.

Enquanto você volta toda a sua concentração para um ponto, um Koan, a perturbação vai ficando de lado. Não é exatamente um estado de alerta, e sim perceber esses processos mentais, visualizar aos poucos o que acontece dentro do pensamento, o lugar do Ego, da consciência, as suas relações.

Há Koans que são perguntas para as quais não há resposta possível como, por exemplo, “Quem sou eu?” ou “Como tirar esse elefante branco da sala?”. É uma estratégia. Enquanto a mente se debruça sobre um enigma assim, a sua consciência pode observá-la amplamente, pois o raciocínio se reuniu sobre um ponto.

Então você pode ver o Ego, pode ver o jogo mental em que estamos em nosso atual estado. Pode visualizar como nos relacionamos com os objetivos que escolhemos, ver o funcionamento da ansiedade, da obstinação, a energia se movendo.

E mais, perceber que a consciência está acima da mente, pois não é o seu produto, algo que antes talvez você sequer imaginasse. Talvez, antes, elas estivessem tão misturadas, que só agora uma pequena fresta vai surgindo, um espaço novo, e você consegue compreender melhor a si próprio, como pensa, como escolhe e se as suas escolhas são mesmo suas ou influências externas.

Texto por: Luís A. Delgado, sócio correspondente na Associação dos Diplomados da Academia Brasileira de Letras e Mestre em Reiki e Karuna Reiki.

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