Os gestos simbólicos do papa Francisco já vinham transformando a Igreja, mas, agora, ele chama para si o dever cristão de auxiliar na reconciliação de conflitos, baseando-se no perdão e na misericórdia pregados por Jesus, e se coloca na linha de frente de acordos antes inimagináveis. O Papa até interferiu no histórico conflito entre EUA e Cuba – confira a seguir como isso se deu.
Papa Francisco e o conflito EUA x Cuba
Pouco antes do Natal de 2014, o presidente Barack Obama surpreendeu o mundo ao discursar sobre a reaproximação diplomática de Estados Unidos e Cuba, com a reabertura da embaixada americana em Havana e o fim de parte das restrições econômicas no país de Fidel Castro.
O anúncio foi feito no dia 17 de dezembro, no dia de São Lázaro, conhecido entre os fiéis por seus feitos milagrosos. Milagre ou não, é certo que essa reconciliação histórica teve uma ajudinha, se não divina, de Papa Francisco. Segundo os líderes de ambos os países, o pontífice não só motivou-os com suas palavras de misericórdia, mas também pressionou as duas nações para libertarem presos políticos detidos em seus países, e ainda ofereceu o Vaticano para que seus negociadores pudessem se reunir.
É claro que a retomada das relações diplomáticas entre os países não é obra exclusiva das ações de Papa Francisco. Contudo, a verdade é que a ruptura entre as nações já perdurava por mais de 50 anos, e mesmo com alguns indícios de uma possível reaproximação – como os apertos de mão entre Obama e Raúl Castro no Brasil e na África do Sul –, a conciliação caminhava a passos lentos, quase estagnados. A intervenção papal agilizou o processo e pôs fim, pelo menos em partes, a uma crise política herdada desde a Guerra Fria.
LEIA TAMBÉM
- Papa Francisco: conheça a sua luta pela paz
- Papa Francisco: relembre sua visita histórica à Palestina
Texto: Natália Ortega – Edição: Victor Santos