De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2016, pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 18 milhões de brasileiros, com mais de 18 anos, apresentam colesterol alto, o que representa 12 % da população adulta. Esse é um grande desafio, já que as doenças cardiovasculares são as principais causas de mortes no mundo. Segundo o médico com especialização em nutrologia, Rafael Higashi, ao diminuir 40mg/dl do LDL, que é o colesterol ruim, ocorre uma redução de 29% na incidência de infarto do miocárdio e 31% na incidência de acidente vascular cerebral isquêmico. “Contudo, isso não significa que pessoas com colesterol elevado devam usar medicação já que a primeira medida para o controle do colesterol não é medicação e sim a mudança de hábito – exercício físico e reeducação alimentar”, afirma.
Para o controle do colesterol, normalmente são usados os remédios conhecidos como estatinas. Apesar de eles serem amplamente utilizados e eficazes para abaixar o índice de colesterol, aproximadamente 30% dos pacientes que fazem uso desses medicamentos sofrem de um efeito colateral denominado de miopatia (fraqueza muscular), sendo essa a principal causa de não aderência à medicação.
Os principais sintomas de miopatia relacionados ao uso de estatinas são: desconforto dos músculos da região lombar e/ou musculatura da coxa, e os membros superiores como os músculos do ombro e do peitoral, que podem estar associados ou não a fraqueza muscular e cãibras.
Esses sinais e sintomas acontecem pois as estatinas promovem o aumento excessivo de cálcio para o interior da célula muscular, que entram em morte programada. Vale ressaltar que, mesmo que a medicação seja suspensa, os sintomas podem persistir por até quatro semanas. O médico deve acompanhar essa evolução através da melhora clínica e de exames bioquímicos de perda muscular.
Os riscos dos efeitos colaterais causados pelo uso de estatinas ocorrem principalmente em pessoas do sexo feminino, idosos, magros, com elevado nível de açúcar no sangue, que fazem exercício intenso, que fazem uso de álcool regular, com deficiência de vitamina D, e quanto maior a dose e mais medicações o paciente utiliza para baixar o colesterol, aumentam as chances de desenvolver a miopatia relacionada ao uso de estatinas.
Em resumo: não se pode delegar o controle do colesterol somente ao uso de medicações. É claro que ela auxilia nos casos em que o paciente já faz atividade física, já mudou seu habito alimentar orientado e mesmo assim continua com o aumento significativo do colesterol ruim.
Fonte: Rafael Higashi, médico, nutrólogo e mestre em medicina
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