A depressão se caracteriza como uma falha na neurotransmissão cerebral. Uma das hipóteses mais aceitas é a de que os sistemas monoaminérgicos – que atuam na regulação da atividade psicomotora, do humor, do apetite e do sono – não funcionam corretamente. Para saber mais sobre o assunto, conversamos com a neurologista Vanessa Muller. Confira:
Previous Next O que são sistemas monoaminérgicos? “Eles são compostos por neurônios que contêm neurotransmissores como norepinefrina e serotonina. Junto com a acetilcolina, exercem efeitos na modulação e integração sobre outras atividades corticais e subcorticais que estão envolvidas na regulação da atividade psicomotora, do apetite, do sono e do humor”, explica a neurologista Vanessa Muller. - Foto: Shutterstock Um desequilíbrio nesses neurotransmissores mencionados pode provocar inúmeras consequências, como impulsividade, irritabilidade, baixa energia... e depressão. - Foto: Pixabay Porém, como a doença tem uma variedade imensa de possíveis causas e sintomas, é complicado mensurar exatamente em que momento essa desproporção bioquímica dá as caras, afinal, as situações depressivas podem surgir em intensidades e em tempos diferentes. - Foto: Pixabay
Segundo Vanessa, “o que se pode dizer do conhecimento atual na área é que seria como num show de rock ou metal, em que algumas pessoas ficassem paradas em um local e, em outras regiões, as pessoas começassem a pular e a empurrar as demais que estão ao lado, gerando um efeito cascata de empurra-empurra". - Foto: Freepik A médica continua: "portanto, dá para determinar onde está funcionando ou não na depressão, mas não se consegue identificar, até o momento, quem começou a empurrar a quem de forma objetiva”, explica. - Foto: Freepik Processos neurológicos envolvidos: “na neurobiologia da depressão, de uma forma geral, ocorre alteração do tamanho e da atividade nas diversas regiões cerebrais, como, por exemplo, no córtex pré-frontal, na amígdala, no córtex anterior do cíngulo e no hipocampo”, comenta a neurologista Vanessa Muller. - Foto: Pixabay As atividades cerebrais dos depressivos foram destrinchadas num estudo divulgado pela revista especializada Scientific American. - Foto: Pixabay Por meio de imagens extraídas por eletroencefalografia e ressonância magnética, foi possível comparar cérebros de pessoas com depressão com outros que não enfrentam o transtorno. - Foto: Pixabay
E o resultado foi que identificou-se que, nos depressivos, regiões cerebrais ligadas a pensamentos, humor e atenção plena possuíam uma abundância de estímulos trocados — ou seja, apresentavam um cérebro “superconectado” nessas áreas, em relação ao cérebro dos que não manifestavam um quadro depressivo. - Foto: Pinterest
Texto: Victor Santos – Entrevistas: Ricardo Piccinato e Victor Santos – Edição: Augusto Biason/Adriele Silva/ Colaboradores
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