Convencer uma criança a comer direitinho já não é tarefa fácil. Imagina então quando ela tem alergia alimentar? O motivo exato pelo qual se desenvolve esse tipo de problema ainda não é conhecido. “Sabe-se que existe um potencial genético (que até o momento não pode ser modificado) e inúmeros componentes ambientais como o tipo de parto, tipo de dieta recebida, uso precoce e frequente de antibióticos no início da vida e infecções”, explica a gastropediatra Mariana Deboni.
Leite de vaca, ovo, soja, trigo, castanhas e frutos do mar são os principais causadores de alergia alimentar. “De todos, o maior vilão é o leite de vaca e a explicação é simples: ele é o alimento mais consumido na infância”, diz a especialista.
Sintomas da alergia alimentar
Alguns sintomas aparecem logo após a ingestão do alimento, como vermelhidão e inchaço dos lábios, coceira na língua ou garganta, vômitos, dor abdominal, pressão baixa, choque, crise de falta de ar, manchas vermelhas no corpo. “Esses pacientes correm risco de morte e devem ser levados imediatamente ao serviço de saúde mais próximo”, alerta Mariana. Em outros casos, os sintomas aparecem de horas ou até semanas após o consumo do alérgeno e os sintomas podem ser: “diarreia, sangue e muco nas fezes, dor abdominal, vômitos, dificuldade de ganho de peso e baixa estatura”.
Dá para prevenir!
É possível interferir nos fatores ambientais que levam ao desenvolvimento de alergia alimentar. “Sempre que possível, orientamos o parto normal, o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida e evitamos uso desnecessário de antibióticos nessa fase. Além disso, é desejável evitar infecções gastrointestinais no primeiro ano da criança”, orienta a especialista.
Em alguns casos, dependendo do alimento, da idade da sensibilização alérgica e do mecanismo envolvido, a criança pode ficar curada da alergia. “As que têm alergia ao leite nos primeiros anos de vida, quase sempre ficam curadas após o período de exclusão do alimento”, conta a profissional.
Cuidados básicos
“Deve-se tomar muito cuidado com a higiene no preparo, pois infecções gastrointestinais levam à perda de integridade da barreira mucosa, que é uma proteção contra o desenvolvimento de alergia alimentar”, afirma Mariana. Em crianças que já têm alergia alimentar, é preciso prestar atenção nos rótulos dos alimentos e na contaminação cruzada, aquela que ocorre quando usamos panelas e utensílios de cozinha que foram utilizadas para cozinhar todo tipo de alimento.
Consultoria Mariana Deboni, gastropediatra
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