Uma das principais dúvidas dos pacientes, ao iniciar uma terapia, é saber como irá se desenvolver a sessão com o(a) psicólogo(a) ou psicanalista. Segundo o psicanalista Gino Cammarota, “a sessão lacaniana é a mais polêmica de todas. O estilo desse atendimento é o que gerou muitas controvérsias no mundo psicanalítico da época e até hoje”. No entanto, você sabe o motivo disso?
“Jacques Lacan pregava que você tinha que trabalhar de acordo com o timing do seu paciente”, explica o psicanalista. Em outras palavras, o precursor do método dizia que era preciso lidar com o tempo que o analisando se sentia disponível ou motivado a falar.
Por isso, as sessões poderiam ser curtas, com apenas dez minutos de duração, ou durarem até quatro horas. Tudo dependeria do conteúdo que o paciente tivesse para discutir naquela sessão.
O que o psicanalista diz na sessão?
Um dos princípios básicos dos lacanianos é não influenciar naquilo que o inconsciente do paciente deseja falar. A não interferência proposta por esses psicanalistas é apenas uma forma de deixar o paciente livre para falar aquilo que sente vontade. Contudo, o mito de que especialistas lacanianos ficam muito calados não condiz com a realidade.
“Vamos fazer a devolutiva e determinadas perguntas porque o trabalho é provocar no paciente um insight daquilo que ele está falando e sentindo. E ir deixando e transmitindo para nós”, elucida o profissional. Por isso, são feitas algumas perguntas pontuais ao paciente.
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Texto: Érica Aguiar
Consultoria: Gino Cammarota, psicanalista graduado pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa (SBPI). Também ministra aulas dos módulos de Freud, Jacques Lacan e Melanie Klein no curso de formação psicanalítica da SBPI.