Por conta de os testes de QI não reunirem avaliações ligadas a diversas habilidades, muito se discute, atualmente, a respeito de sua validade. Se, no passado, os raciocínios rápido e lógico eram prioridades, por exemplo, no cenário atual, outras vertentes ganharam destaque, como a capacidade de se adaptar ao ambiente.
Segundo o doutor em ciências médicas Marcelo Batistuzzo, apesar de ser defendido por alguns e invalidados por outros, esse tipo de avaliação “não pode ser considerado defasado, já que ainda é muito utilizado em pesquisas e para responder questões no âmbito cognitivo”.
Para o mestre em neurociência Martin Portner, a vertente trabalhada pelos testes de QI já foi alvo de muitas críticas por ser “politicamente incorreta”, o que acabou conduzindo tais recursos para um segundo plano. Ainda assim, possuem relevância no desenvolvimento de estudos científicos e práticos com pacientes.
O uso do QI em diferentes áreas
Os resultados obtidos por meio dos testes ligados ao QI têm a possibilidade de contribuir em diversas áreas e para inúmeros casos. Por exemplo, um resultado muito baixo em uma das avaliações pode ser um indício de que o paciente apresenta um déficit cognitivo – inclusive, interferindo na sua capacidade de interpretar os fatos e, até mesmo, na maneira de se expressar.
“Podemos pensar que o teste de QI simplifica muito as análises“, pontua a mestra em psicologia Maura de Albanesi. Ainda assim, esse método continua sendo muito contestado, principalmente pelo fato de ter sido associado à definição absoluta de inteligência durante muito tempo.
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevistas: Augusto Biason e Vitor Manfio/Colaboradores e Victor Santos
Consultorias: Marcelo Batistuzzo, doutor em ciências médicas; Martin Portner, neurologista e mestre em neurociência pela Universidade de Oxford, na Inglaterra; Maura de Albanesi, mestra em psicologia.