Há muito tempo, surgiu a frenologia, quando se analisava a estrutura do crânio do paciente (verificando suas dimensões, por exemplo) a fim de se medir a inteligência. Com os resultados obtidos, eram estabelecidos alguns quesitos, como a personalidade e as habilidades intelectuais da pessoa.
O psicólogo francês Alfred Binet aderiu à frenologia, mas, ao longo dos anos, verificou a ineficiência do método. Depois de algum tempo e de novos experimentos focados na capacidade mental, com a ajuda do parceiro Théodore Simon, Binet desenvolveu um teste para avaliar a inteligência de crianças e obter um diagnóstico sobre suas necessidades.
Com isso, iniciou a era de transformar em números essa capacidade de uma pessoa. Em um primeiro momento, estabeleceu-se o que foi chamado de “média” para cada idade com base em testes aplicados em pessoas de diversas idades. Assim, foram encontrados, por exemplo, padrões de acertos em cada faixa etária para classificar a inteligência.
A partir desses parâmetros, surgiram inúmeros outros testes até que, no início do século passado, o psicólogo alemão William Stern propôs o conceito de quociente de inteligência (QI) — ainda um pouco distante da ideia que se tem atualmente.
Medindo pelo quociente de inteligência
Outro nome importante para o desenvolvimento dessa área foi o psicólogo romeno David Wechsler, que promoveu uma bateria de testes e passou a considerar aspectos específicos para obter o resultado final. Com isso, David desenvolveu suas próprias avaliações, denominadas Escalas de Wechsler. Desde então, esses procedimentos se tornaram as principais inspirações para profissionais avaliarem a capacidade intelectual dos pacientes.
Além disso, há a divisão entre a Escala de Inteligência Wechsler para Adultos e a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças, o que facilita a abordagem para cada caso. “Os dois exemplos são compostos por uma bateria de 12 subtestes. Metade fornece uma medida de QI de desempenho (QID), e a outra resulta em uma medida de QI verbal (QIV). Os seis subtestes que contribuem para o QID são blocos, montagem de objetos, arranjo de figuras, conclusão de imagens, codificação e labirintos. Os demais, ligados ao QIV, são compostos por informações, semelhanças, vocabulário, aritmética, compreensão e extensão de dígitos”, descreve o mestre em neurociência Martin Portner.
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Texto: Victor Manfio/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevista: Augusto Biason/Colaborador
Consultoria: Martin Portner, neurologista e mestre em neurociência pela Universidade de Oxford, na Inglaterra