Uma situação pouco incomum no trabalho, a violência verbal atinge muitas mulheres dentro e fora do ambiente profissional, e vem sendo cada vez mais estudada. Não é raro ver momentos em que, por exemplo, uma mulher está apresentando um projeto aos colegas ou aos chefes durante uma reunião, e no meio de sua fala, é interrompida por um colega homem que começa a explicar o que ela já disse, terminando seu raciocínio e levando o crédito da ideia por ela. Outra situação é quando, durante uma discussão no trabalho, ela dá uma sugestão ou proposta para resolver um problema, e quando termina de falar é ignorada como se não tivesse dito nada. Você já passou por isso ou viu acontecer?
Cada vez mais especialistas vem analisando esse problema e fazendo pesquisas para entender o fenômeno que atinge tantas mulheres no mercado de trabalho. Um estudo dos sociólogos americanos Don Zimmerman e Candace West, chamado “Interruptions and Silences in Conversations“, na Universidade da Califórnia, analisou 31 conversas feitas em lugares como cafés, universidades e farmácias, e chegou a conclusão que nas conversas entre homens e mulheres, aconteceram 48 interrupções, sendo 46 delas feitas por homens, no meio da fala de uma mulher. Outra pesquisa, feita na Universidade George Washington, chegou a conclusão que durante um diálogo, os homens interrompem as mulheres 33% mais vezes do que quando eles estão conversando com outros homens.
O pesquisador Christopher Karpowitz, da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, também chegou a uma conclusão parecida. Segundo ele, homens falam em média 75% do tempo em discussões de trabalho, o que deixaria apenas 25% do tempo para as mulheres. Em um ranking internacional realizado pelo Instituto Ipsos, foi demonstrado que o Brasil é o terceiro lugar onde as pessoas tem mais medo de falar sobre igualdade de gênero e lutar por essa igualdade. Veja as dicas da psicóloga Sarah Faria Abrão Teixeira para identificar e lidar com esse problema:
IDENTIFIQUE A VIOLÊNCIA. Antes de tudo, é necessário entender quais são as formas - explícitas ou não - de violência verbal que podem atingir as mulheres no ambiente de trabalho: a agressão, quando acontece um ataque direto e explícito; a desqualificação verbal, quando a pessoa não dá importância, ignora ou infantiliza o que você disse; a violência não-verbal, quando alguém aumenta a voz para cobrir ou interromper sua fala; as violências implícitas, quando alguém faz gestos, caras ou atitudes para tentar desmerecer sua fala. "O trabalho, assim como qualquer outro contexto da vida de uma mulher, envolve relações interpessoais que estão suscetíveis a todo tipo de violência: verbal, emocional, física, patrimonial, sexual", explica a psicóloga Sarah Faria Abrão Teixeira.
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RECLAME. Depois de compreender o problema, o segundo - e mais importante - passo é falar sobre ele. A dica é que a mulher replique no momento em que for interrompida, lembrando que foi ela que deu a ideia, e pedir sutilmente que possa terminar seu raciocínio. Relembre que você chegou até onde está por sua competência e mérito, e merece ter seu valor reconhecido. Não deixe que esse tipo de situação te faça duvidar de si mesma. "Nem sempre a mulher tem recursos pra identificar que está sofrendo abuso ou violência. Mas ela pode identificar a partir do momento que se sentir prejudicada ou lesada, sentir injustiça ou mal estar", explica Sarah.
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CONVERSE. Uma dica para saber se o lugar em que trabalha é um ambiente com violência verbal, é conversar com suas colegas e perguntar se elas também se sentem incomodadas com algumas situações. "O apoio social é muito importante para reconhecer a situação e ajudar a mulher a tomar consciência da sua ação", lembra a psicóloga. É importante verificar se são situações isoladas ou constantes, e em último caso, devem ser levadas a um superior ou RH da empresa. O ideal é que o ambiente de trabalho valorize a comunicação não-violenta e não seja agressivo, já que isso torna o espaço tóxico para todos.
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Nós cremos Senhor naquela tua palavra: ‘Batei e a porta vos será aberta’. Ilumina os desempregados a baterem na porta certa. Que não recebam um não ou o descaso, mas consigam a graça de um trabalho. Dai ânimo, Senhor, aos desempregados. Abre as portas de um emprego para estas pessoas (diga mais uma vez os nomes das pessoas). São José Operário, intercedei pelos desempregados. Senhor, eu confio na tua graça. Senhor, eu confio no teu poder. Amém.”
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Outra forma de identificar quando você está sofrendo esses problemas no trabalho é perceber como você se sente depois que essas ações acontecem. Muitas vezes, a infantilização e desvalorização das falas da mulher provoca uma queda no seu progresso profissional, diminuindo o rendimento, afetando a autoestima e provocando até uma sensação de incompetência para o trabalho. "As pessoas funcionam de sua melhor forma quando estão saudáveis, psicologicamente, emocionalmente. É muito mais inteligente que se trabalhe com respostas positivas: metas, elogios e valorização. Se no trabalho há violência, isso vai repercutir em todos os âmbitos da vida dessa pessoa, diminui o rendimento profissional e pessoal", defende Sarah.
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Infográfico criado pela empresa IBM mostra quais são os diferentes tipos de "interrupção" que podem ser configurados como violência verbal contra as mulheres.
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Consultoria: Psicóloga Sarah F. A. Teixeira (CRP 06/132287)
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