Em resumo, é a ação de se colocar no lugar de um outro indivíduo ou, como indica a psicóloga e psicanalista Cleunice Menezes, a capacidade psicológica de buscar a compreensão de adversidades alheias. “É a prática de se voltar para as situações vividas por outra pessoa de acordo com o olhar dela e, ao mesmo tempo, estar neutro, isento de seus próprios julgamentos. Para que alguém seja empático, terá de exercitar sua imparcialidade”, continua a profissional. A empatia deve transparecer mesmo, e principalmente, se o problema do próximo não aparentar ser uma dificuldade para você. Quando uma pessoa divide uma adversidade com você, quer dizer que ela sente uma confiança forte o suficiente para contar algo que está deixando-a desconfortável. Assim, o mínimo que se pode fazer é confirmar essa segurança, estando a todo ouvidos. Entretanto, “isso não quer dizer que aceitamos ou concordamos com a opinião das demais pessoas, mas que estamos dispostos a ouvi-las sob a sua ótica”, conclui Cleunice.
Ser mais empático traz inúmeros benefícios, principalmente quando se trata do desenvolvimento profissional. Isso porque, de acordo com a professora de psicologia Berta Sheila, “melhora o relacionamento entre equipes, aumenta a capacidade de tolerância e respeito à dificuldade alheia. Além de trazer um sentimento de igualdade, na medida que a pessoa percebe que também precisa da compreensão do colega com as próprias necessidades”. Desse modo, quanto maior for a empatia com os companheiros, maiores serão os benefícios para a empresa, gerando cada vez mais produtividade, efetividade e harmonia no ambiente de trabalho. Sem contar no desenvolvimento das relações interpessoais na vida social em geral.
A ciência explica
Assim como outras competências mentais são desvendadas por pesquisas e estudos no campo da neurociência, como memória, concentração e raciocínio, a empatia também tem respostas vistas por esse lado. A neurocirurgiã Raquel Zorzi cita que, em um estudo publicado na revista científica Journal of Neuroscience em outubro de 2013 pelo pesquisador Max Planck, identificou-se que o egocentrismo é uma característica natural do ser humano. Mas, em contrapartida, também foi descoberto que há uma área cerebral, chamada de giro supramarginal, que corrige esse excesso de egoísmo, reconhecendo a falta de empatia.
“Quando essa região do cérebro não funciona adequadamente, os pesquisadores descobriram que sua capacidade de empatia é drasticamente reduzida. Essa região nos ajuda a distinguir o nosso próprio estado emocional do de outras pessoas, sendo responsável pela empatia e compaixão”, explica a neurocirurgiã.
Texto: Giovane Rocha Consultoria: Berta Sheila, professora de psicologia; Cleunice Menezes, psicóloga e psicanalista; Raquel Zorzi, neurocirurgiã
VEJA TAMBÉM
- Relacionamento duradouro: 10 dicas para amar e ser amada
- 7 tipos de exercícios que vão turbinar seu cérebro
- Valorize o amor próprio: 9 dicas para olhar mais para si mesma