Nos últimos anos, os casos de coqueluche estão aumentando no país, revelando um cenário perigoso. Segundo a infectologista Melissa Palmiere, a doença está se “deslocando” à idade adulta, por falta de proteção. “A imunização pela vacina tem validade por cinco anos. Por isso, é orientada a vacinação para adultos de 10 em 10 anos ou em períodos de surto. Por exemplo, se a pessoa sabe que já faz 5 anos que ela tomou a última vacina e está ocorrendo uma epidemia, o melhor é procurar um serviço de imunização”, explica.
Mas o que é a coqueluche?
É uma infecção causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta o sistema respiratório e causa sintomas semelhantes aos da gripe ou do resfriado, comum durante as duas primeiras semanas de contágio − é a chamada “fase catarral” e os sintomas são leves, como febre, coriza, tosse e mal-estar. A proliferação das bactérias e a toxina liberada por esses micro-organismos comprometem o funcionamento dos pulmões. Depois desse período, permanece a tosse seca contínua, com guincho característico (por isso, a doença é conhecida como “tosse comprida”).
“É nessa fase que o médico consegue diagnosticar a doença por quadro clínico”, complementa Melissa. Para confirmar o diagnóstico, é realizado um exame chamado PCR em Tempo Real, que detecta a bactéria nas secreções de nariz e garganta. É uma doença contagiosa, transmitida por gotículas de saliva ao tossir, espirrar, falar ou beijar. A infectologista explica que, em alguns casos, a coqueluche pode passar despercebida em adultos. “A pessoa apresenta tosse, acha que é uma gripe e depois passa. Por isso, geralmente, é o adulto quem transmite a bactéria à criança”, destaca.
Imunidade só com vacinação
Existem algumas doenças que, quando adquiridas, o organismo desenvolve imunidade para o resto da vida, como a catapora. Porém, com a coqueluche não é assim. O tempo de proteção quando uma pessoa adquire a doença pode chegar a até 15 anos ou menos. Portanto, a forma mais eficaz de imunização é a vacinação. Mesmo quando uma pessoa toma vacina durante a infância, pode contrair a doença na vida adulta, porém de forma muito mais branda. A vacinação em adolescentes e adultos é importante para evitar a transmissão aos bebês.
Consultoria Melissa Palmiere, infectologista
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