A ansiedade já não é mais um problema relacionado apenas aos adultos com suas rotinas atribuladas. O período da infância, marcado por brincadeiras, jogos, momentos de descontração e rotina tranquila, também está propenso, nos dias de hoje, a desenvolver quadros de transtorno de ansiedade, dependendo do ambiente em que a criança está inserida. De acordo com a Associação Americana de Ansiedade e Depressão, uma em cada oito crianças apresenta algum distúrbio desse tipo, desde quadros mais leves até mesmo patológicos.
Preocupação futura
A ansiedade é considerada uma emoção, muitas vezes incômoda e natural, que antecede alguma situação esperada. “Esse sentimento diz respeito a um excesso de futuro, preocupar-se com algo (pré ocupar-se ou ocupar-se antes do tempo) que ainda nem aconteceu”, explica o psicólogo Roberto Debski.
Infância apreensiva
Todo mundo experimenta o sentimento de ansiedade ao longo da vida. Seja em uma perda afetiva ou material, um grande trauma ou em uma oportunidade de emprego importante, por exemplo. É natural que situações desconhecidas ou novas causem preocupações e certo receio. No caso das crianças isso não seria diferente: é na fase da infância em que estão conhecendo o mundo. Crianças pequenas podem apresentar sintomas de ansiedade sempre que se afastam dos pais, por sentirem medo e desconfiança.
Entre seis e oito anos de idade, o sentimento pode ser causado pelo desempenho na escola e amizades. Além disso, mudanças significativas, como mudar de colégio ou de casa, separação dos pais e perda de entes queridos, também podem desencadear processos de ansiedade. No Brasil, uma pesquisa feita pelo Centro de Atendimento e Pesquisa de Psiquiatria da Infância e Adolescência (Capia), da Santa Casa do Rio de Janeiro, mostrou que, em dez anos, o número de crianças com o transtorno cresceu 60%. Antes, de 40 pacientes atendidos, cerca de oito saíam com o diagnóstico de ansiedade. Hoje em dia, o número aumentou para 13.
Texto Redação Alto Astral | Consultoria Roberto Debski, psicólogo
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