Você já pensou por que se identifica com algum gênero ou música e não suporta ouvir determinados ritmos? A resposta não é tão simples de ser encontrada – e acredite: a ciência diz que o gosto musical pode interferir até mesmo na sua personalidade!
Por que você prefere um tipo de música a outro?
Para o professor e doutor em fisiologia geral Felipe Viegas Rodrigues, essa predileção por determinado tipo musicaç “depende tanto do nosso histórico e nossas preferências quanto de algumas características da música que podem ser muito cativantes dentro do contexto”.
O musicoterapeuta David Martins de Almeida Maldonado discorre ainda mais e relata que, além das informações presentes em nossa memória, alguns fatores que podem interferir nesse processo.
“Além dos elementos sonoros e da linguagem musical (melodia, harmonia, ritmo, densidade sonora, qualidade dos instrumentos), podem influenciar: o momento e a forma que a pessoa ouve a música (local, cores, temperaturas, outras pessoas envolvidas), e a emoção originada (se a pessoa sentiu prazer ou não)”, pontua. David também aponta que não são todas as músicas que cativam o indivíduo logo na primeira audição. Porém, nesses casos, é essencial degustar mais, se sensibilizar com o momento e tentar decifrar cada instrumento presente na melodia.
Cérebro e preferência musical
Um estudo conduzido pela Universidade de Cambridge e publicado na revista científica PLOS One constatou que seu gosto musical pode dar uma perspectiva sobre como seu cérebro funciona. Após recrutarem 4 mil participantes, os pesquisadores observaram que música mais suave, como R&B, soft rock e folk, era a escolha de quem obteve índices numéricos mais altos de empatia. Já participantes mais hábeis com “sistemização”, ou análise de padrões, preferiram punk, heavy metal e música mais complexa, como jazz.
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: David Martins de Almeida Maldonado, musicoterapeuta da clínica Musiclin, em São Carlos (SP), e especialista em neuropediatria; Felipe Viegas Rodrigues, doutor em fisiologia geral pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade do Oeste Paulista.