Cinquenta anos depois que Papa Paulo VI esteve na Terra Santa, o primeiro pontífice a visitar a região até então, Papa Francisco repetiu o trajeto até lá, mas percorrendo um roteiro totalmente diferente. O trajeto pela Terra Santa em 2014 foi memorável e incluiu uma visita histórica à Palestina.
Um Papa na Palestina
Há décadas, Paulo VI se dirigiu apenas aos cristãos, ignorando a importância do local para os judeus, e tampouco se referiu ao território como Israel – o reconhecimento do Estado pela Igreja veio muitos anos depois, em 1994.
Dessa vez, Papa Francisco traçou uma rota que incluiu o Muro das Lamentações, sagrado para os judeus, e incluiu em seu discurso palavras condenatórias ao Holocausto, que exterminou 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. É bem verdade que seus antecessores, Bento XVI e João Paulo II já haviam feito os mesmos gestos, mas Francisco foi além.
Pela primeira vez, um pontífice entrou em solo palestino antes de ir até Israel. No trajeto, ao vislumbrar o muro erguido pelo país para separar as suas terras do território da Palestina, desceu do papamóvel e orou em frente à construção.
A imagem do pontífice com a testa encostada em um muro símbolo de tamanho conflito transformou Papa Francisco definitivamente em um reconciliador mundial – sem falar no convite que fez pouco depois aos presidentes palestino, Mahmoud Abbas, e israelense, Shimon Peres, para que se reunissem no Vaticano e orassem juntos pela paz.
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Texto: Natália Ortega – Edição: Victor Santos