Um casal que se conhece em meio aos obstáculos de um dos locais mais inóspitos da Terra. E, que, como se não bastasse, é forçado a se separar. Porém, como todo grande amor, os dois corações voltam a bater juntos no final da história – e com direito a um bebê.
Falando assim, pode parecer só mais um roteiro de filme romântico, com todos os elementos para arrancar lágrimas e suspiros da plateia. E é mesmo: resumidamente, assim é a vida do pinguim-imperador, que já valeu até um Oscar, dá para acreditar?
Peregrinação e paquera
O filme “A Marcha dos Pinguins”, dirigido pelo francês Luc Jacquet, ganhou o prêmio da academia de cinema de melhor documentário no ano de 2006. A película resume, durante 80 minutos, um ano na rotina nada fácil da espécie que habita a Antártida e pode chegar a mais de 1m de altura e atingir 40kg.
Tudo começa com a chegada do outono, por volta dos meses de março e abril: nessa época, os pinguins abandonam as já gélidas águas do oceano em direção à superfície, ainda mais fria. Em fila indiana, formam uma marcha que dura aproximadamente vinte dias, para onde, no verão seguinte, o gelo não irá derreter. É o primeiro grande desafio, já que aqueles que se desgarram do grupo ou não suportam uma distância que varia de 50km a 120km acabam sucumbindo. Uma vez alcançado o destino, tem início o cortejo de machos e fêmeas, que envolve passos de dança.
Cada pinguim apresenta também seu canto característico, que futuramente será de decisiva importância. Uma vez que o macho escolhe uma parceira, não dá mais atenção a nenhuma outra fêmea do grupo. Ocorrida a cópula, ela bota um único ovo entre o final de maio e início de junho. A partir dali, terão início os capítulos mais difíceis desse relacionamento.
O reencontro
Exaurida pela gestação, a fêmea precisa partir de volta ao oceano em busca de peixes. A responsabilidade de chocar o ovo fica com o pai, que precisará guardá-lo com todo o carinho entre a parte inferior da barriga e as patas. Outra vez, a natureza é cruel com os menos adaptados, pois deixar o ovo escapar em meio ao frio significa a morte do futuro filhote em questão de segundos. E não pense que, para elas, a vida é mais fácil: o caminho de volta para a água também faz várias vítimas.
O inverno chega sem trégua, e os machos formam um círculo em constante movimento para resistir ao vento gélido. Após dois meses, a casca do ovo se quebra e a futura geração chega, com frio e com fome – é hora de abdicar das últimas reservas de alimento, adquiridas ainda no verão. Felizmente, as fêmeas retornam ao lar do final de julho até o início de agosto, dispostas a nutrir e esquentar suas crias.
No entanto, como reconhecer o marido e o filho em meio à multidão da colônia? A sintonia adquirida com o par graças ao chamamento vocal faz de novo o seu papel!
Só não pense que chegou ao fim a epopeia no polo sul.Agora, são os papais, esgotados, que terão de marchar até o oceano. Os bebês, logo que começam a andar pelas próprias pernas, viram alvos de outras aves predadoras. A família só estará reunida outra vez pouco antes do final da primavera. Com a vinda do verão, a partir de dezembro, todos irão partir para curtir as férias no oceano, até começar tudo mais uma vez.
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Texto: Redação Alto Astral Edição: Nathália Piccoli