Quando bate a vontade de rir ou de chorar, é preciso muito treinamento para ser discreto e não demonstrar isso nas expressões faciais. Essa capacidade de fingir sentimentos é exclusiva do ser humano, segundo o especialista em comportamento Jaak Panksepp, da Universidade Estadual de Bowling Green, nos Estados Unidos.
Isso se deve à autorreflexão: o homem entende o que está sentindo e por que está sentindo – isso na maioria das vezes, já que os sentimentos também são capazes de provocar uma verdadeira bagunça na cabeça.
Já os outros animais não possuem essa consciência mas, apesar disso, conseguem sentir vários tipos de emoção. Segundo Panksepp, a raiz das emoções se encontra em regiões do cérebro tais como o sistema límbico, primitivo e presente em todos os mamíferos.
Uma dessas emoções primitivas é o humor. Vamos deixar pra lá a certa obrigação que os humanos têm de sorrir sempre para parecerem simpáticos e pensar na vontade real de esboçar um sorriso e até de rir até a barriga doer. Os pesquisadores acreditam que o riso humano tenha evoluído dos barulhos que os primatas faziam durante brincadeiras de luta, o que indicava que as atitudes eram diversão e não uma briga de verdade.
Em um experimento da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, o resfolego de chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos induzido por cócegas foi gravado e comparado ao riso humano. A psicóloga Marina Davila-Ross descobriu que a similaridade vocal entre as espécies combinava com suas relações evolutivas.
Por exemplo: chimpanzés são os parentes mais próximos dos humanos, por isso apresentaram o tipo de resfolego mais parecido com o riso, enquanto os gorilas, que são parentes muito mais distantes, emitem ruídos menos parecidos com a risada.
Os mamíferos têm tendência inata para brincar porque, segundo os pesquisadores, a interação ajuda a testar limites e descobrir oportunidades de se viver em grupo, aprendendo habilidades que seriam importantes à sobrevivência. Para o biólogo Marc Bekoff, da Universidade do Colorado Boulder, nos Estados Unidos, é a necessidade de diversão que leva os animais a fazerem brincadeiras.
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Texto: Redação Alto Astral Edição: Nathália Piccoli