A hiperidrose surge com mais frequência nas mãos (palmas), pés, axilas e região cranio-facial (testa e couro cabeludo, principalmente). Não é incomum também aparecer logo abaixo das mamas, virilhas, nuca e tórax. O problema afeta entre 0,6 e 1% da população brasileira, sendo homens e mulheres na mesma proporção. No entanto é mais detectado em crianças, adolescentes e jovens adultos.
Confira 5 perguntas e resposta sobre essa disfunção:
1. O que é?
A hiperidrose ocorre quando há transpiração muito além do necessário para manter a temperatura do corpo. O desconforto é evidente, por colocar a pessoa em situações constrangedoras no convívio social. “A hiperidrose primária não tem causa definida. Fatores emocionais podem agravá-la e sabe-se que há cerca de 30% de fator hereditário associado”, explica o médico Marlos de Souza Coelho, especialista no assunto.
2. É igual em todos os casos?
Há dois tipos de hiperidrose:
• Primária: surge na infância e os sintomas costumam se agravar na puberdade. O suor aparece em pontos localizados do corpo e não ocorre durante o sono. O problema é crônico, ou seja, se não for tratado, acompanha a pessoa pelo resto da vida.
• Secundária: em geral é consequência de outra patologia, ou seja, tem causa mais definida, como infecções, efeito colateral de medicamentos, neoplasia ou distúrbio hormonal. Nesses casos, a sudorese pode ser generalizada pelo corpo todo e ocorrer durante o sono.
3. Suar muito já é um sintoma?
A transpiração é um mecanismo altamente necessário para manter a temperatura do corpo. Nem sempre suar muito é sinal de hiperidrose. Durante a prática de exercícios físicos ou quando está muito calor, é normal que algumas pessoas transpirem mais do que outras. Veja as situações em que a hiperidrose primária pode estar presente: suor anormal localizado (só nas mãos, pés ou axilas, por exemplo) em situações estressantes; excesso de suor que começa a prejudicar atividades diárias corriqueiras; ocorrência de mais de um episódio de suor descontrolado por semana; mais de uma pessoa com problemas de suor na família; suar apenas acordado.
4. Existe tratamento?
É possível atenuar os efeitos da hiperidrose por meio de medicamentos (antiperspirantes e soluções adstringentes). No entanto, essas medidas não resolvem o problema e ainda costumam apresentar efeitos adversos, como dermatites. “Medicamentos não têm resultado duradouro e possuem efeitos colaterais. Eventualmente, a toxina botulínica (o popular Botox®) pode ser utilizada, porém, os resultados duram de 4 a 6 meses e indicamos somente na hiper-hidrose axilar por curto período de tempo”, esclarece o médico.
5. Como é feito o tratamento?
A hiperidrose primária pode ser curada por meio de uma cirurgia que elimina a sudorese nas mãos e na axila, chamada simpatectomia toracoscópica (STE). O procedimento, entretanto, gera controvérsias entre especialistas, pois, além dos riscos da cirurgia em si, pode ocasionar um outro problema: a sudorese compensatória, que “transfere” o excesso de suor para outras partes do corpo. Portanto, só deve ser considerada como último recurso e precisa ser muito bem discutida com o médico.
Texto: David Cintra
Consultoria: Marlos de Souza Coelho, professor titular de cirurgia e chefe de cirurgia torácica e endoscopia respiratória
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