Os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) dificultam diversos aspectos da vida da pessoa, sejam físicos, comportamentais ou psicológicos. Desse modo, para garantir uma melhor qualidade de vida, o acompanhamento multiprofissional é recomendado. Confira atividades que ajudam a estimular o autista.
Sessões de fonoaudiologia
Uma das características presente no diagnóstico do autismo são as alterações de fala e linguagem que, por consequência, acabam prejudicando a comunicação. “O fonoaudiólogo é o profissional que traça estratégias para favorecer a aquisição da linguagem, bem como tratar os transtornos relacionados à fala e à linguagem”, explica a fonoaudióloga Danielle Damasceno.
A reabilitação neuropsicomotora que a fonoaudiologia e a fisioterapia proporcionam é muito importante para as pessoas com TEA, pois atuam nos polos de transtorno, linguagem, comunicação e, portanto, no convívio social.
Benefícios da fisioterapia
Crianças com autismo muitas vezes têm dificuldades motoras e, por esta razão, o fisioterapeuta é o profissional habilitado para reabilitar os movimentos que estão causando problemas funcionais, como a dificuldade para sentar, correr e pular. Além disso, ele pode trabalhar também a falta de tônus muscular, a coordenação dos movimentos e o equilíbrio.
Atividades físicas
Sabe-se que praticar exercícios físicos é importante para a saúde em geral. No caso das pessoas com TEA, a prática de atividades pode contribuir, além da saúde, com as habilidades mentais e sociais. “Os exercícios podem ajudar a maximizar a comunicação e melhorar a convivência e a socialização”, comenta Roberto Debski.
Além disso, uma grande quantidade de pessoas diagnosticadas com o autismo possui apraxia, uma desordem neurológica que provoca a perda da capacidade de executar e coordenar os movimentos corporais. Nestes casos, as atividades físicas são fundamentais para o desenvolvimento e a melhora das habilidades motoras corporais e, consequentemente, de fala.
Trabalhando com as sensações
O Snoezelen/MSE é uma metodologia de trabalho dentro da estimulação multissensorial. A técnica conta com um ambiente com equipamentos e materiais cujo objetivo é estimular a pessoa autista pelos sentidos – tato, paladar, visão, audição, olfato e propriocepção, que é a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação.
“Os indivíduos com TEA, muitas vezes, apresentam dificuldades sensoriais significativas como a hiperacusia (hipersensibilidade auditiva), intolerância ao contato físico, rejeição por algumas texturas de tecidos ou de alimentos, incluindo preferências por temperaturas elevadas, bem como acentuadas no tempero (apimentadas). Além desses fatores, podem ocorrer, também, casos de agitação psicomotora ou os chamados ‘problemas no comportamento’”, explica Eder Ricardo da Silva, coordenador do Centro de Snoezelen/MSE no estado de São Paulo.
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Texto: Jéssica Pirazza/Colaboradora – Entrevistas: Jéssica Pirazza e Natália Negretti/Colaboradoras
Consultorias: Danielle Damasceno, fonoaudióloga; Eder Ricardo da Silva, coordenador do Centro de Snoezelen/MSE no estado de São Paulo; Roberto Debski, psicólogo