Uma das constatações mais comuns da maioria dos estudos sobre o estresse é que é impossível fugir dele. De algum modo, em maior ou menor grau, em algum momento da vida, todos serão atingidos por ele. Há mesmo quem defenda que o estresse é necessário, como forma de motivação. Afinal, a vida tem momentos em que nos sentimos desafiados, seja no trabalho, nos estudos, nas relações amorosas, de amizade ou familiares e, nessas horas, o corpo e a mente precisam mesmo de um estímulo. Essa resposta do organismo é o estresse. No entanto, quando vivemos o tempo todo sob esse estímulo, o corpo passa a reagir negativamente, e a saúde fica comprometida.
Desarranjo geral
A lista de problemas de saúde relacionados ao estresse é bem longa. E a explicação para isso é que ele provoca alterações drásticas no sistema endócrino, ou seja, desequilibra a produção hormonal.
“As mudanças fisiológicas associadas com as reações de estresse são processadas por um centro nervoso no cérebro (hipotálamo). Quando um estressor excita o hipotálamo, uma cadeia de reações bioquímicas altera o funcionamento de quase todas as partes do corpo”, destaca a psicóloga Marilda Novaes Lipp.
Entre as glândulas atingidas estão as suprarrenais, que produzem substâncias como adrenalina e corticoides, entre eles o cortisol, um dos hormônios mais importantes do organismo, que tem efeitos sobre o metabolismo de nutrientes, como carboidratos, lipídeos, ácidos graxos e proteínas; contribui para manter os músculos, inclusive miocárdio (do coração), saudáveis; e, principalmente, atua como regulador do sistema imunológico. “Se a produção dessas substâncias for excessiva ou muito prolongada, problemas sérios de desgaste orgânico podem acontecer”, reconhece a psicóloga.
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Edição: Augusto Biason/ Colaborador
Consultorias: Bernard Miodownik, psicólogo; Regiane Machado, psicóloga; Marina Delduca Cilino, psicóloga; Leonard Verea, médico psiquiatra.