Em 1938, quando iniciou seus estudos, o biólogo e sociólogo norte-americano Alfred Kinsey afirmou que as mulheres norte-americanas não conheciam o orgasmo e se sentiam insatisfeitas na intimidade. Suas pesquisas resultaram no “Relatório Kinsey”. Por sua iniciativa, Alfred é considerado um dos propulsores da liberação feminina e da própria revolução sexual, que ganharam projeção nos anos 1950 e 1960.
Comportamento sexual
O trabalho do biólogo e sociólogo americano consistiu em pesquisar hábitos, tendências e práticas sexuais. “Os estudos criaram a possibilidade de discutir o funcionamento (sexual), porém, ao mesmo tempo, esses resultados possibilitaram normatizar esse funcionamento. Isso influenciou a forma como interpretamos as atividades sexuais”, diz o psicólogo e psicoterapeuta sexual Ítor Finotelli Júnior. Para Ítor, é um equívoco considerar o “Relatório Kinsey” certo ou errado. “Sabe-se hoje que a influência sociocultural é um fator importante na forma como nos comportamos sexualmente. Desta forma, é impossível pensar em sexualidade como algo normatizado. Estamos tratando de um comportamento complexo de um organismo pensante em contato social na vivência de prazer”, diz ele.
Alvo de investigação
O fato é que Kinsey abalou a sociedade americana quando publicou seus estudos. Além de o tema sexo ser considerado um tabu para os mais conservadores, os procedimentos científicos utilizados pelo pesquisador foram alvo de investigação. O congressista Steve Stockman chegou a abrir inquérito para determinar se ele havia convocado crianças para seus experimentos sexuais. Steve tomou como base um livro, Kinsey, Sexo e Fraude: A Doutrinação de um Povo. Mas a investigação foi arquivada por falta de provas.
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Consultoria: Ítor Finotelli Júnior, psicoterapeuta sexual, pesquisador clínico de desenvolvimento de técnicas, procedimentos e instrumentos de medida para avaliação da sexualidade humana.
Texto: Fernanda Villas Bôas – Edição: Natália Negretti