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O avanço do grupo fundamentalista Talebã ameaça e coloca em risco o futuro das afegãs
Aluna de uma escola na vila de Bamyan, distrito central do Afeganistão, em 2019 - Shutterstock/ Trent Inness

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Afeganistão: o que mulheres estão comentando sobre a atual situação do país

O avanço do grupo fundamentalista Talebã ameaça e coloca em risco o futuro das afegãs

O grupo fundamentalista islâmico Talebã assumiu a cidade de Cabul, capital do Afeganistão, no último domingo (15), duas semanas antes dos Estados Unidos terminarem de retirar suas tropas do país após um longo conflito de 20 anos. 

Embora a volta do Talebã já fosse esperada, a movimentação do grupo radical reacendeu as discussões acerca dos direitos das mulheres afegãs e gerou uma onda de medo em milhares de pessoas. Afinal, os mais ameaçados pela volta do grupo extremista são as mulheres e minorias. Isso porque, durante o tempo em que o Talebã ocupou o poder no Afeganistão (1996-2000), estabeleceu sua versão radical da Sharia, a lei islâmica. 

O regime brutal do grupo impôs às mulheres diversas normas, como o uso obrigatório da burca, proibição de sair de casa sem um mahram (parente do sexo masculino, como pai, irmão ou marido), açoites e apedrejamentos públicos em mulheres acusadas de violar a Sharia e a proibição de frequentarem escolas ou universidades.

Assim, a ascensão dos radicais coloca em risco os direitos conquistados pelas afegãs nos últimos 20 anos - ao longo do tempo em que o Talebã esteve fora do poder, meninas e mulheres passaram estudar e atuar em diversas áreas ao lado de homens.

Segundo informações da Reuters, desde julho o Talebã vinha tomando cidades afegãs. Em Kandahar, no sul do país, um grupo de combatentes entrou no escritório do Banco Azizi e ordenou que nove mulheres que trabalhavam deixassem seus postos. Elas foram escoltadas até suas casas; os homens disseram que elas não deveriam mais voltar ao trabalho e que parentes do sexo masculino poderiam ocupar seus lugares.

Em entrevista à agência de notícias, Noor Khatera, de 43 anos, funcionária do banco, declarou: "É realmente estranho não poder trabalhar, mas agora é assim".

Nas redes sociais, diversas mulheres têm comentado os últimos acontecimentos do país e se indignado com o retrocesso que a volta do do Talebã representa. Confira abaixo:

Yalda Hakim

Hoje (17), em seu Twitter, a correspondende e âncora da BBC Yalda Hakim compartilhou o momento em que uma repórter da Al Jazeera pergunta ao porta-voz do Talebã sobre os direitos das mulheres. Segundo Zabiullah Mujahid, as mulheres terão direitos enquanto seguirem a Sharia.

Nasrin Nawa

Ex-jornalista da BBC, Nasrin Nawa falou em seu Twitter sobre o impacto do grupo fundamentalista na capital do país.

"Para aqueles que estão dizendo que o Talebã não incomoda ninguém em Cabul e os escritórios podem continuar, será por pouco tempo, como anunciaram na TV, e sim, nenhuma mulhere foi espancada ou incomodada porque ninguém ousa sair, como estavam acostumados. Eles são aterrozados pelo histório do Talebã". 

Clarissa Ward

Clarissa Ward, correspondente da CNN no Afeganistão, foi alvo de diversas conversas na internet por ter imagens suas antes e depois da tomada do Talebã divulgadas nas redes - muitos usuários aproveitaram a montagem para destilar comentários negativos sobre a religião islâmica. No entanto, a jornalista se manisfestou em seu Twitter e revelou que, mesmo antes do Talebã tomar Cabul, já utilizava lenços na rua.

"Esse meme não é preciso. A imagem de cima é dentro de um local privado. A de baixo, nas ruas de Cabul tomadas pelo Talebã. Sempre usei lenço na cabeça em Cabul, embora não cobrindo todo meu cabelo e com abbaya [vestimenta preta semelhante a um manto]. Há diferença, mas não tão grande", declarou.

Adriana Carranca

Em seu Twitter, a jornalista brasileira Adriana Carranca também lamentou sobre a situação atual do Afeganistão e o fechamento da escola de música de Cabul. Especialista em conflitos humanitários, ela esteve diversas vezes no Afeganistão e tem falado sobre os últimos acontecimentos no país em seu perfil na rede.

Malala

Quem defendeu e se pronunciou sobre a atual situação do Afeganistão foi a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, que levou um tiro na cabeça em 2012 por um militante do grupo extremista ao voltar da escola.

No domingo (15), a ganhadora do Nobel da Paz declarou em seu Twitter: "Assistimos em completo choque enquanto o Talibã assume o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com mulheres, minorias e defensores dos direitos humanos. Poderes globais, regionais e locais devem pedir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis".

É possível conhecer a trajetória da ativista no livro de Joan Marie Galat, A história de Malala, publicado pela editora Astral Cultural.

Aisha Khurram

Também no domingo (15), a ativista afegã e ex-embaixadora da juventude da ONU, Aisha Khurram, publicou em seu Twitter uma declaração devastadora sobre a Universidade de Cabul: "Alguns professores se despediram de suas alunas quando todos foram evacuados da Universidade de Cabul nesta manhã. E talvez nós não tenhamos nossa formatura assim como milhares de alunos em todo o país. O Talebã está por toda cidade, apenas esperando o melhor momento". 

Rada Akbar

Na última quarta-feira (12), a pintora e fotógrafa nascida no Afeganistão, Rada Akbar, comentou em seu Twitter sobre a tomada do país pelo grupo fundamentalista.

“Com cada cidade que cai [sob controle do Talebã], corpos humanos colapsam, sonhos colapsam, história e futuro colapsam, arte e cultura colapsam, vida e beleza colapsam, nosso mundo colapsa".

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