Marcela Monteiro é uma das repórteres que engrossa o time do Vídeo Show. Há três anos na atração, ela já passou por momentos marcantes e inesquecíveis nos bastidores de gravação e nos contou detalhes de como é trabalhar entrevistando as estrelas da TV. “Entrevista só é boa para mim se for boa para eles também”, revelou! Confira o papo!
Você está há três anos no Vídeo Show. Quais as principais mudanças que ocorreram na atração durante esse tempo, que você pode destacar?
“Muita coisa aconteceu, e eu acho isso ótimo! Temos que saber ousar, mudar, buscar o diferente, sem perder, claro, a identidade do programa! Quando eu entrei no Vídeo Show, por exemplo, ficávamos por volta de 30 minutos no ar. Hoje temos mais de 1 hora de exibição, é mais que o dobro! Responsabilidade e desafio enormes! Antes tudo era gravado! Um apresentador chamava outro de algum lugar dos Estúdios Globo. Agora estamos com um estúdio nosso e ao vivo! Esse é um ponto que, particularmente, me agrada muito! Adoro fazer os links. Acho a energia boa, tudo fica ainda mais espontâneo e cheio de possibilidades. Ao longo desses anos tivemos também games, quadros diferentes, convidados especiais… A ideia é sempre trazer novidades para o nosso público que é fiel e bem exigente! Para mim, cada proposta é uma oportunidade de me reinventar e crescer profissionalmente!”
Como repórter do programa, já entrevistou muita gente bacana! Quais foram as entrevistas mais marcantes, difíceis ou emocionantes?
“Sempre que me perguntam isso, um monte de nomes incríveis surgem na minha cabeça. Já tive a honra de entrevistar muita gente bacana, grandes artistas que eu cresci admirando, inclusive. Mas vou destacar Roberto Carlos, que sempre me recebe com muito carinho e profissionalismo. O Boni, que é extremamente generoso, e que, despretensiosamente, numa simples conversa, te dá uma aula de comunicação! E dona Fernanda Montenegro, que é a dramaturgia, a arte, em pessoa!”
Quais foram seus maiores aprendizados no programa?
“Eu trabalho com uma equipe extremamente competente. E estou falando de profissionais das mais diversas funções: produtores, câmeras, editores, equipe de caracterização, diretores, nosso grupo de apresentadores! Já aprendi um pouquinho de tudo! Não vou só para fazer minhas entrevistas e ir embora. Procuro participar de todo processo! Hoje entendo mais de direção, iluminação, planos, edição, até de maquiagem que nunca fui muito boa! (risos). Acho que consegui cultivar também um ‘olhar curioso’. Já fiz muitos ‘makings’, muitas invasões aos estúdios, e o desafio é chegar na locação e visualizar o que é interessante para o público. Não dá para ficar no automático e fazer sempre o mesmo caminho! Temos que encontrar na hora o diferencial para aquela matéria! E observo também.. a gente aprende muito olhando os colegas! Trabalhar com Otaviano, por exemplo, e não absorver nada é impossível! Ele é fera, versátil, talentoso e um grande parceiro! Seria capaz de falar um pouquinho de cada integrante, mas vou deixar o Ota aqui como exemplo, porque sei que ficaremos bem representados! (risos).”
Você também faz um quadro chamado ‘Por onde anda’. O que pode falar dele?
“Nele tenho a oportunidade de estar com diversos artistas que em algum momento já estiveram muito em evidência e que agora a gente gostaria de saber o que andam fazendo, como está a vida… Já ouvi histórias incríveis de superação, luta e coragem. Meu encontro com Marcus Menna, por exemplo, foi assim. Cantor, ex-vocalista do LS Jack, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória depois de uma cirurgia. Desde o ocorrido, em 2004, ele vem fazendo fisioterapia, se esforçando para recuperar todos os movimentos para voltar à sua rotina. Não tem sido fácil, e mesmo assim ele me recebeu com um sorriso no rosto. O que mais me impressionou foi ver nos olhos dele que ali não havia raiva ou rancor, só vontade de melhorar, de vencer! Uma lição!”
O que você ainda não fez no Vídeo Show que gostaria de fazer?
“Tem algumas ideias interessantes que gostaria de transformar em quadros fixos no programa. Quando rolar, conto para vocês! (risos)! O que posso dizer são nomes de alguns profissionais que adoraria entrevistar. Jô Soares, por exemplo! Acho uma pena o programa dele estar na última temporada. Outro nome: Fausto Silva! Já encontrei Faustão, mas foram momentos muito rápidos. Até peguei uma sonora uma vez, mas gostaria de mais tempo com ele. Queria uma entrevista com calma! Ele tem muito a falar, muita história boa, pois participou de momentos importantes da televisão! E já que estamos falando de grandes apresentadores, preciso mencionar Silvio Santos! Impressionante o talento, carisma e poder de comunicação que ele tem! Seria uma grande honra!”
Como lida com as críticas, tanto positivas como as negativas, feitas ao programa ou a você?
“Uma coisa que aprendi com o tempo é que não temos como controlar o que os outros falam! Isso na vida pessoal, no trabalho, e em tudo! Ainda não li nada negativo sobre mim a ponto de me sentir desrespeitada. Por que aí é que está o problema, na minha opinião! Quando vem um comentário gratuito, que não acrescenta, só agride. Mas o que eu costumo fazer é selecionar e não levar a sério o que não é construtivo! Somos muito críticos com nós mesmos e, às vezes, recebemos vários retornos positivos ao longo do dia e talvez um só apontando algo que precisamos melhorar. ‘Advinha qual vai ficar na cabeça a semana toda?’ Então, precisamos repensar e melhorar o que temos para aprimorar, claro, mas não nos maltratar por isso. A vida é um aprendizado constante!”
Já passou por alguma situação difícil, embaraçosa ou constrangedora em alguma entrevista?
“Gravo muito nos bastidores, que é a essência do Vídeo Show, e acabo encontrando e reencontrando artistas em diferentes projetos. A ‘dificuldade’, que vejo mais como desafio, talvez seja perceber sempre qual o melhor momento para abordá-los. Cobrimos cenas difíceis, de emoção, de maior complexidade, e o ritmo das gravações é intenso! Não entro já com o microfone na mão, cumprimento e começo a matéria. Às vezes fico horas esperando, mas tudo bem, faz parte o trabalho! Eles precisam estar à vontade, tranquilos! Não posso, nem quero atrapalhar. A entrevista só é boa para mim se for boa para eles também.”
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Ainda tem vontade de trabalhar como atriz?
“Profissionalmente, minha maior vontade era mesmo trabalhar na área do entretenimento como apresentadora! Então, entrar para o grupo de apresentadores do Vídeo Show, um programa ao qual eu cresci assistindo, foi realmente a realização de um sonho. Minha caminhada como atriz me trouxe muitas alegrias, sou grata e admiro muito o ofício. Não vou fechar portas, se rolar um projeto bacana, paralelamente, quem sabe? Mas meu objetivo é seguir com meu microfone na mão apresentando e contanto historias!”
Quais são seus planos futuros?
“Continuar estudando, me aprimorando e me desafiando. Como apresentadora, sei que ainda posso fazer muita coisa. Além disso, já dirigi algumas matérias e alguns projetos menores. Pretendo crescer também nessa função.”
Carreira de Marcela Monteiro
O primeiro trabalho de Marcela Monteiro foi como Soldadinha da Xuxa no “Xuxa Park”, quando tinha 12 anos. Com o fim do programa, Marcela começou a fazer teatro. Foram 9 espetáculos no total, entre eles “Rapunzel”, com texto adaptado pelo autor Walcyr Carrasco. De volta à TV, a atriz fez a novela O Profeta (2006), onde interpretou Dóris, a secretária do protagonista, além de participações em Malhação e Sete Pecados (2007), todos na Globo.
Formada em jornalismo pela PUC-Rio, Marcela se mudou para o interior de São Paulo, onde ficou por dois anos e meio apresentando o programa Vanguarda Mix, da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Durante um tempo, ela conciliou o trabalho em São Paulo com o novo trabalho no Rio, como repórter do programa Mais Você.
Após se mudar novamente para o Rio, em junho de 2013, tornou-se entrou para o time do Vídeo Show, onde está até hoje, colecionando experiências, entrevistas marcantes e histórias divertidas.
Texto: Denise Galvão Entrevista: Hérica Rodrigues
