Dona de uma personalidade forte e uma das mais potentes vozes da música brasileira, Elis Regina se tornou um marco na MPB e na vida de milhares de fãs. Elis alcançou um sucesso gigantesco pela mistura de seu talento, a voz marcante e o poder em se apresentar de uma forma intensa, colocando nos shows toda a profundidade de seus sentimentos. Em janeiro, se completam 35 anos sem Elis Regina.
A “pimentinha”, apelido com que era conhecida, nasceu em 17 de março de 1945, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e faleceu em 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos, em seu apartamento nos Jardins, em São Paulo.
35 anos sem Elis Regina: relembre a trajetória da cantora
Carreira
Ao longo de 18 anos de carreira, Elis gravou 27 álbuns, 14 compactos simples e seis duplos. Mas a cantora começou nova, aos 11 anos de idade, em um programa de rádio para crianças chamado O Clube do Guri. Aos dezesseis, ela lançou o primeiro LP da carreira, “Viva a Brotolândia“.
Festivais de música
Elis se tornou a primeira grande artista a surgir dos festivais de música na década de 1960, época em que a Bossa Nova ainda era uma novidade. Elis apresentava um estilo destoante, e por isso, chamou atenção. Em 1965, apresentou a música “Arrastão“, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, em um festival da extinta TV Excelsior. O sucesso foi tanto que garantiu a ela o prêmio de melhor intérprete, além do convite para atuar na televisão, ao lado de Jair Rodrigues, em um dos mais importantes programas de música do país: o Fino da Bossa.
O episódio rendeu três discos de sucesso, sendo que um deles, o Dois na Bossa, se tornou o primeiro disco brasileiro a vender um milhão de cópias. Elis Regina também se torna a pessoa a ganhar o maior cachê do show business até então.
Relembre a apresentação de “Arrastão”:
Casamentos
Em 1967, Elis casou-se com Ronaldo Bôscoli, então diretor do programa, com quem teve o primeiro filho, João Marcelo Bôscoli. O relacionamento durou cinco anos. Tempos mais tarde, Elis começou um relacionamento com o pianista César Camargo Mariano, considerado até hoje uma das mais bem sucedidas parcerias da MPB. Com o músico, tiveram dois filhos: Pedro Mariano e Maria Rita, que seguiram os passos dos pais na carreira musical.
Falso Brilhante
Em 1975, Elis se joga na estrada com o espetáculo “Falso Brilhante“, que logo se tornou um disco memorável que atingiu um enorme sucesso! Com cerca de 300 apresentações pelo Brasil e pelo mundo, o show lendário se tornou um dos mais bem sucedidos espetáculos da história da música brasileira, e um marco imenso em sua carreira, com músicas como “Fascinação“, “Tatuagem” e “Como Nossos Pais“.
Relembre a apresentação de “Como Nossos Pais”:
Ditadura
Elis Regina viveu o ápice da carreira nos difíceis Anos de Chumbo, quando milhares de músicos brasileiros foram perseguidos e exilados pela ditadura. A cantora fazia críticas públicas e também disfarçadas em suas músicas contra o regime militar, se tornando uma importante voz na campanha pela Anistia de exilados brasileiros. Com a canção “O Bêbado e a Equilibrista“, Elis se tornou a intérprete de uma das mais importantes músicas que criticavam o regime e buscavam a democracia.
Relembre a apresentação de “O Bêbado e a Equilibrista”:
Falecimento
Com apenas 36 anos de idade, Elis faleceu em decorrência de uma overdose de cocaína e bebidas alcoólicas. A despedida causou uma enorme comoção nacional, já que na época Elis era considerada uma das maiores cantoras do país.
O filme
Pela primeira vez nas telonas, o filme sobre a vida da cantora chegou aos cinemas em 2016, pelas mãos do diretor Hugo Prata. Batizado de “Elis” e interpretada por Andréia Horta, o filme venceu o Festival de Gramado e recebeu as mais variadas críticas.
Curiosidades
Segundo a EBC, quando já era conhecida no Brasil e no mundo, Elis desistiu de desenvolver sua carreira musical na Europa duas vezes, porque estava com saudades dos filhos e do Brasil.
Em 1964, quando fazia as audições para um disco, a cantora foi reprovada por Tom Jobim, que a achava “muito provinciana”. Dez anos depois, os dois gravaram juntos o disco Elis & Tom, um registro histórico da MPB.
A cantora também era espírita e estudiosa de Allan Kardec, chegando até mesmo a psicografar cartas! Elis também fazia diversos shows beneficentes para instituições sociais.
LEIA TAMBÉM
- 20 nomes inspirados em músicas nacionais para você dar para a sua filha
- 23 astros da música que nos deixaram muito cedo
- Filhos de cantores famosos que seguiram a carreira dos pais