14 de novembro é uma data conhecida como o Dia Mundial do Diabetes. E você sabia que a doença acomete os jovens da mesma forma que os adultos, tendo iguais limitações e exigindo os mesmos cuidados? No entanto, nesta fase, os pais ou cuidadores são os principais responsáveis em garantir um desenvolvimento saudável. “Não comer doce é apenas um dos problemas. Ter uma criança ou adolescente com diabetes em casa requer muitos cuidados além da alimentação, como medicamentos e vigilância constante”, afirma Claudia Filatro, mãe de um menino diabético e fundadora da ONG Pró- Crianças e Jovens Diabéticos, em Campinas (SP). Engana-se quem acredita que somente o diabetes tipo 1 pode atingir os pequenos. Seguindo dados recentes, o número de jovens com diabetes tipo 2 vem aumentando. Os dois tipos da doença requerem cuidados parecidos, que quando bem feitos, garantem uma vida saudável e normal a crianças e adolescentes.
Hora do lanche
Preparar a lancheira dos pequenos não seria difícil se toda criança se alimentasse de maneira saudável. Acontece que o grande número de guloseimas, principalmente as industrializadas, são as que mais chamam a atenção delas, além de serem mais práticas. Ricas em gordura, sódio e, claro, açúcar, bolachas, salgadinhos e bebidas prontas devem ser evitados, pois colaboram para o descontrole da glicemia. Além disso, esse tipo de alimento fornece poucos nutrientes ao organismo, dificultando o bom desenvolvimento das crianças e adolescentes. Uma refeição saudável deve ser completa, incluindo carboidratos, proteínas e vitaminas. “É importante salientar que os alimentos devem ser, preferencialmente, integrais, pois contêm fibras, ajudando no bom funcionamento do intestino e reduzindo os níveis de glicose”, lembra a nutricionista Vanessa Minossi. Portanto, a preferência são para os pães e bolos integrais, além de frutas in natura e sucos naturais.
Dia de festa
Uma dúvida recorrente é como a criança deve se portar diante de festas de aniversário e confraternizações com os colegas nas quais há doces e salgadinhos à vontade. De acordo com Vanessa, os pais devem conscientizar a criança de que os quitutes com muito açúcar devem ser evitados, porém, é permitido experimentar com moderação. Uma iniciativa importante é dialogar com os pais das outras crianças e deixar claro as limitações do filho, assim, os anfitriãos podem providenciar opções adequadas, como lanches naturais e refrigerantes diet. Um cuidado que não deve ser esquecido é com o tempo sem se alimentar. Crianças, principalmente as menores, costumam brincar durante a festa, esquecendo de comer algo e correndo o risco de sofrer uma hipoglicemia (queda do nível de glicose). “Isso pode ser prevenido fazendo com que a criança se alimente antes de sair de casa, para quando ela chegar na festa, não ficar tanto tempo sem comer”, destaca a nutricionista.
Cuidados especiais
Estar longe do filho não deve ser motivo de desespero. Para garantir a segurança e bem-estar é fundamental comunicar o maior número possível de profissionais que está em contato como ele, tanto na escola como em atividades extracurriculares. “É muito importante informar aos professores sobre o fato de a criança ter diabetes e alertá-los sobre as providências que devem ser tomadas em caso de hiperglicemia ou de hipoglicemia. As orientações você pode obter com o seu endocrinologista”, afirma a endocrinologista Bianca Barone. “Além disso, deixe sempre com a criança um cartão com informações sobre a doença e o tratamento em uso, para eventuais intercorrências longe das pessoas que a conhecem”, conclui.
Consultoria Bianca Barone, endocrinologista; Claudia Filatro, ONG Pró-Crianças e Jovens Diabéticos; Vanessa Minossi, nutricionista
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