Sofrer com estresse de vez em quando é natural – ele é uma resposta do organismo para situações novas ou desafiadoras. Porém, quando ele se torna frequente ou excessivo, pode provocar diversos problemas, como falta de ar, queda de cabelo e dores musculares, além de favorecer o desenvolvimento de doenças, inclusive o diabetes. “Em situações de estresse e depressão, há um aumento na secreção de alguns hormônios, principalmente o cortisol, que age contra a insulina e ajuda a manifestar o diabetes. Segundo pesquisas, a prevalência de depressão ou problemas emocionais em portadores de diabetes é cerca de duas a quatro vezes maior que na população geral”, informa o endocrinologista Alfredo Cury.
Hiperglicemia em quem já tem a doença
Além de ser um gatilho para desencadear o diabetes em quem apresenta fatores de risco, o estresse pode descontrolar a doença em quem já a possui. Outros hormônios, como a adrenalina e o hormônio do crescimento, também são liberados em situações de estresse. “Todos eles têm uma ação contrária à da insulina e, portanto, podem aumentar a glicose no sangue de pacientes com diabetes e descompensar um paciente que estava bem antes do estresse”, destaca o endocrinologista Airton Golbert.
Nervosismo momentâneo
Há quem não consiga controlar o emocional em diversas situações, apresentando reações exageradas de ansiedade. Na hora de tirar o sangue para algum exame, ao verificar o resultado de uma prova, antes de conversar com o chefe para pedir o aumento, por exemplo. “E alguns portadores de diabetes ficam muito preocupados com as alterações da glicose no sangue que são mostradas na automonitorização por meio dos glicosímetros. Isso pode aumentar sua glicemia, pelo estresse momentâneo”, avisa Golbert. Por isso, manter a calma na hora da medição da glicemia pode colaborar para um resultado mais fiel.
Outros sintomas
Pesquisas mostram que o estresse pode ainda favorecer o envelhecimento. “Em uma situação de escolha desesperada, o organismo libera cortisol que, por sua vez, inibirá a atuação das telomerases, facilitando assim o desgaste dos telômeros (o nosso relógio do envelhecimento), que são estruturas localizadas nas extremidades dos cromossomos e que, no sistema imunológico, facilitará o surgimento de várias doenças, inclusive o câncer”, explica o psicólogo Joaquim Francisco Pereira da Fonseca.
Relaxar é preciso!
“No mundo moderno, estamos o dia inteiro expostos ao estresse e deixar de se estressar é como deixar de comer. Mas assim como podemos melhorar a alimentação, também podemos melhorar o nível de estresse, prolongando a juventude”, afirma o psicólogo. O primeiro passo é separar um tempo, diariamente, para as atividades de lazer. Afinal, assim como o corpo, o cérebro também precisa de um momento de descanso e distração para renovar as energias para o dia seguinte.
Cuidados essenciais!
Alimentação equilibrada e sono de qualidade também fazem a diferença. A atividade física regular entra como mais um ponto positivo, pois faz o organismo liberar neurotransmissores que promovem o bem-estar, como a endorfina e a serotonina. “Além disso, existem inúmeras terapias que podem ajudar, como a musicoterapia e a massagem. Mas cada ser é único, portanto, é necessário a avaliação de um profissional para indicar as terapias apropriadas”, avisa Fonseca.
Texto: Marisa Sei/Colaboradora
Consultoria: Airton Golbert e Alfredo Cury, endocrinologistas; Joaquim Francisco Pereira da Fonseca, psicólogo e terapeuta holístico
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