Sedentarismo, obesidade, lesões por esforço repetitivo, problemas de visão… Com certeza, você já deve ter ouvido que os videogames podem causar muitos danos como esses à saúde das crianças. Segundo o psicólogo Eraldo Melo, o excesso de horas na frente do console pode provocar prejuízos como “problemas na coluna por ficar na mesma posição por várias horas, ansiedade, agressividade, dentre outros”. No entanto, o que poucas pessoas sabem é que os videogames também podem trazer benefícios para o cérebro, seja a melhora do raciocínio lógico, da concentração, da criatividade ou, até mesmo, da aprendizagem. E, para isso, os jogos não precisam ser apenas educativos!
Máquina de aprendizagem para as crianças
Todos os jogos têm algo a ensinar, mas é preciso trabalhar e aplicar os conteúdos, seja dentro da sala de aula ou no ambiente familiar. Para o professor e pesquisador Francisco Tupy, que possui trabalhos focados na área de comunicação e videogames, qualquer título pode ser visto como transmissor de informações, desde que exista essa intenção.
Assim, mesmo jogos de guerra ou com ações ilícitas podem ensinar sobre as consequências de tais atos. “A ideia é que você use o jogo para que esse indivíduo, ao jogar, independentemente da idade, tenha uma consciência de que aquilo que tem na tela, apesar de ser divertido, pode ser extremamente ofensivo, danoso, porque só tem sentido no jogo. Na vida real, se acontecesse, não seria celebrado”, explica.
Segundo o doutor em psicologia Leonardo Marques, alguns games comerciais com temáticas épicas são empregados como ferramentas educacionais. “Jogos como Age of Empires, Civilization e outros são bastante utilizados para trabalhar temas das disciplinas de história e geografia. Seguindo a linha das simulações, o Spore também conquista uma legião fanática em seu jogo que replica a lógica da evolução natural no desenvolvimento de diversas criaturas meio alienígenas”, exemplifica.
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Texto e entrevistas: Érica Aguiar – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Leonardo Brandão Marques, doutor em psicologia; Francisco Tupy professor e pesquisador na área de videogame e comunicação