Medo do escuro é muito comum em crianças, já que se trata de um “lugar” desconhecido, da perda de controle sobre as coisas e sobre si. “Na escuridão eles podem se sentir impotentes, fracos e vulneráveis”, explicam as psicólogas Luciana Romano e Raquel Benazzi. Mas o que fazer diante desse medo dos pequenos?
Não faça!
Para as psicólogas não é indicado forçar a criança a encarar o medo, principalmente com ameaças. E nem estimular temores tentando usar o medo como uma ferramenta de educação, como dizer que se a criança não comer salada, o bicho papão virá pegá-la. Tais atitudes acabam por deixá-las mais fragilizadas. “Outro erro comum é negar o medo infantil e forçar o filho a dormir pedindo que não acorde os pais com essas ‘bobagens’. Isso ocorre com mais frequência quando os pais estão esgotados, sem paciência e perdidos, sem saber como agir corretamente. Esse é um dos maiores desastres que os pais podem fazer: não validar as emoções e sentimentos do filho, desestimular o diálogo e não propiciar formas saudáveis de lidar com o problema”, afirmam.
Compartilhe seus medos
Os pais devem compartilhar com a criança situações similares que passaram. Isso faz com que os filhos sintam-se valorizados, apoiados e, principalmente, pensem: “se papai e mamãe já sentiram isso e venceram, tudo bem! Eu também posso sentir e conseguir vencer”. Assim, a criança irá se identificar com os pais e se sentir capaz de superar essa situação. As psicólogas explicam que é bom complementar a conversa dizendo que todos têm medos: “mostre a ela, com calma, paciência, validação e amor, que é possível aprender a ‘domar’ esse medo, e que isso a ajudará no futuro”.
Rotina de relaxamento
Os pais também podem criar uma rotina de tranquilidade e relaxamento antes de dormir para diminuir o medo do escuro. Não deixe as crianças assistirem programas agitados que promovam tensão e certifique-se, junto dela, que está tudo bem. “Verifique junto com seu filho se não há monstros embaixo da cama, na janela, no banheiro e nos armários. Uma luz acesa no corredor ou no banheiro pode deixá-lo mais seguro e diminui a possibilidade de enxergar coisas assustadoras”, dizem. Fazer uso de algo que dê segurança à criança, como amuleto, é uma boa dica para essa fase. Assim, os pais estarão ensinando-a se proteger frente às ameaças e não a excluir o problema. Com o passar do tempo, a ideia é que a criança não precise mais deste “amuleto”, pois já o reconhece internalizado em si. “A escolha desse objeto é muito singular. Pode ser bicho de pelúcia, cobertor ou até algum brinquedo que lhe transmita segurança e aconchego”, sugerem. Contar histórias à noite também costuma ser muito eficaz e benéfico. “Hoje existem muitas coleções de livros infantis sobre diversos medos. Procure uma livraria em que você possa encontrar tais livros e leia para os seus filhos: eles ajudam muito”, finalizam.
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