Quando cenoura, beterraba ou espinafre, por exemplo, são alvos de protesto dos pequenos que se recusam a comê-los, o que grande parte dos pais faz? Acertou quem respondeu que eles colocam esses ingredientes em outras comidas: cozinham beterraba no feijão, fazem bolo de cenoura, misturam o chuchu picado no arroz… Tudo isso na tentativa de camuflar alimentos indesejados.
Apesar de dar resultado e, na maioria das vezes, as crianças comerem sem notar os ‘alimentos intrusos’, esse hábito pode ser considerado benéfico? “Não é uma prática saudável. O ideal é que a mãe ofereça os alimentos individualmente para a criança, para que ela aprecie e conheça a variedade dos grupos alimentares”, justifica a nutricionista Christiane Bergamasco. Porém, em alguns casos, camuflar alimentos é uma das únicas saídas para os pequenos consumirem todos os nutrientes necessários para manter a saúde em dia. Conheça os dois lados dessa prática e saiba quando usá-la.
Camuflar alimentos pode ser prejudicial
Uma alimentação equilibrada deve conter todos os grupos alimentares, incluindo frutas, legumes e verduras – grandes inimigos para muitas crianças. Então, o que fazer quando os pequenos se recusam a consumi-los? O caminho mais fácil é esconder esses alimentos em outros preparos, mesmo que isso não ensine as crianças a comer de maneira correta.
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Um dos grandes riscos de adotar esse hábito é que, quando os pais ocultam o alimento, pode ocorrer de colocá-los em quantidades pequenas para que a criança não sinta o sabor e, dessa forma, não trazer os benefícios desejados. “E muitas vezes as preparações ou combinações não são adequadas, como colocar folhas e vegetais em lanches com hambúrgueres fritos”, acrescenta a profissional.
A questão não é fazer a criança ingerir o alimento. É necessário prestar atenção na forma de preparo, para que não prejudique a saúde. “Oferecer espinafre ou outras folhas verdes que a criança rejeita em um bolinho frito terá resultados negativos, pois existe o excesso de gordura e calorias”, complementa.
O lado bom
Mesmo com todos os riscos que a ação de esconder os alimentos pode trazer, essa é uma prática que também traz benefícios. “Camuflar alimentos pode auxiliar na ingestão de um determinado tipo ou grupo de alimentos que a criança rejeita, mas isso deverá ser exceção”, diz Christiane.
Além disso, em vez de esconder, que tal disfarçar o alimento? É simples: se, de repente, a criança não gosta de cenoura cozida, ela pode ter interesse pelo legume ralado. Ou seja, vale a pena investir na diversidade de apresentações, mostrando mais de uma forma de consumir os alimentos. “O ideal é sempre ofertar pelo menos oito vezes o mesmo alimento rejeitado, de formas diferentes”, sugere a nutricionista.
Consultoria Christiane Bergamasco, nutricionista