Você já parou para pensar como gasta seu dinheiro? Algumas atitudes podem entregar se você age como alguém de atitudes financeiras “pobres”. Reações no cérebro ajudam a explicar essa classificação. Confira:
No cérebro
Muitas pessoas compram apenas pela satisfação que a compra prática proporciona. Isso caracteriza uma mente pobre. “Existe um neurotransmissor em nosso cérebro chamado dopamina, responsável pela sensação do prazer. Ele é acionado em momentos como comer algo saboroso, fazer sexo e quando vamos às compras”, explica o coach financeiro Robson Profeta. Esses casos ilustram o chamado de sistema de recompensa, pois a pessoa compra apenas para preencher um vazio e não por uma necessidade. Nas primeiras oportunidades, essa alternativa pode até funcionar, mas, ao repeti-la muitas vezes em um curto espaço de tempo, será necessário cada vez mais para sentir-se satisfeito.
O perigo de virar compulsão
Como qualquer outra substância em demasia no cérebro, os receptores da dopamina podem ser desativados por um mecanismo natural. Quando há algum neurotransmissor em excesso, o órgão entende que não precisa de tantas células de recepção e que poucas darão conta de fazer a absorção. “Comprando em maior quantidade, a sensação de prazer torna-se mais breve, obrigando o indivíduo a buscar atividade em períodos menos espaçados. Com isso, é importante que a pessoa avalie se as compras estão tomando caráter compulsivo e prejudicando sua vida financeira. Além disso, pode gerar perdas relevantes, crises em relacionamentos e dívidas com cartão de crédito”, alerta Robson Profeta.
Mente pobre
Quando a frequência das compras só aumenta, e os motivos para tais aquisições praticamente não existem, entra em ação uma palavra muito usada atualmente: consumismo. “É um processo inconsciente de satisfação. Inconsciente porque não sabemos ao certo como e porque aquilo nos satisfaz, mesmo achando que sabemos. O consumismo está presente desde as mais antigas formas de sociedade, e podemos dizer que é um dos resultados da nossa vaidade, do nosso orgulho e da nossa necessidade de comprovação de poder e sucesso”, descreve o coach financeiro.
Observe suas atitudes
Para saber se você tem uma mente pobre, faça um teste: quando for comprar algum produto, pergunte-se quanto tempo irá demorar para descartá-lo e adquirir outro. Se o prazo for curto, um sinal de alerta deve ser ligado – salvo algumas exceções, como alimentos. Além disso, geralmente as pessoas consumistas têm pressa em usar o objeto desejado. Por isso, elas preferem dividir no cartão em vez de juntarem o valor total e pagarem à vista, o que pode gerar muitas dívidas e comprometer a renda. Muitas vezes, junto com as parcelas, estão juros anormais desconhecidos pelo comprador. “Neste caso, é aconselhável ter não apenas um coach financeiro para ajudar a controlar as finanças, mas um profissional habilitado da área da saúde, como um psicólogo e/ou psiquiatra, que trabalhará em paralelo na busca da solução do problema”, alerta o especialista.
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Consultoria: Robson Profeta, coach financeiro.
Texto: VItor Manfio – Edição: Natália Negretti