Uma dor persistente e muito incômoda que é sentida não em um, mas em vários lugares do corpo. Assim é a fibromialgia, uma das principais doenças reumáticas. O problema de saúde é crônico e acomete cerca de 5 milhões de brasileiros, sendo a maioria mulheres. Qualquer pessoa está sujeita à enfermidade, porém os casos ocorrem mais frequentemente dos 30 aos 55 anos. A doença é estudada há 30 anos, mas pouco se sabe sobre suas causas e tratamentos.
Para facilitar a compreensão
O que é: síndrome de dor crônica generalizada
Sintomas: dores pelo corpo, em articulações, músculos, tendões, entre outros
Como diagnosticar: conversa com o reumatologista e exames clínicos
Principais tratamentos: terapias de alívio da dor e, em alguns casos, relaxantes musculares
É possível prevenir? Não se tem conhecimento da prevenção
Em companhia da dor
A fibromialgia está diretamente ligada ao funcionamento anormal do sistema nervoso, que reflete em diversas dores pelo corpo. “É uma síndrome caracterizada por uma dor difusa associada com outros sintomas frequentes como distúrbios do sono e do humor, dor de cabeça, dificuldade de concentração, entre outros”, explica o reumatologista Ari Halpern.
Dores persistentes em músculos, articulações, ligamentos e tendões, gerando a sensação de peso, fisgada, aperto e queimação, também estão entre os principais sintomas. O desconforto tende a piorar em dias frios, no período pré-menstrual e durante situações de estresse. A doença pode, ainda, provocar distúrbios cognitivos, como depressão e ansiedade.
No consultório
Um dos principais problemas da fibromialgia é seu diagnóstico, que exige muita conversa e exames completos, o que leva tempo. Dificilmente a doença é diagnosticada logo na primeira consulta com o reumatologista. Isso porque, diferentemente de outros problemas reumatológicos, a dor não se restringe às articulações.
O Consenso Brasileiro de Fibromialgia estabelece que, para o caso ser considerado fibromialgia, o paciente deve apresentar dor generalizada por mais de três meses e sensibilidade entre 11 e 18 pontos pressionados durante a consulta. “O complicador para identificação do problema é que o paciente aparenta normalidade e seus exames apresentam resultados normais.
Pesquisas por meio de imagens também não detectam alterações. Elas só aparecem em tomografias por emissão de pósitrons, capazes de flagrar o cérebro em funcionamento em tempo real”, afirma o neurocirurgião Eduardo Barreto. Antes de receber o diagnóstico preciso, muitas pessoas acabam visitando vários especialistas e até chegam a passar por tratamentos de outras doenças confundidas com a fibromialgia, como lúpus.
Buscando alívio
É preciso estar por dentro do maior número possível de informações sobre a doença para que o tratamento tenha êxito. Existem tratamentos medicamentosos e não medicamentosos, no entanto, não existe cura, o que configura a fibromialgia como uma doença crônica. “Até o momento, não existem tratamentos considerados muito eficazes. Médicos podem prescrever relaxantes musculares e analgésicos, mas só medicamentos não bastam. É preciso uma abordagem multidisciplinar, mudar o estilo de vida, a começar pelo cigarro.
Pesquisas apontam que ele piora os sintomas. Já a atividade física é vista como aliada”, destaca Barreto. Outro ponto importante são as terapias para alívio das dores, como alongamento, ioga e fisioterapia.
Afaste a depressão
O distúrbio tanto pode favorecer o aparecimento da fibromialgia quanto acentuá-la. A associação entre as doenças dificulta o tratamento de ambas, tirando a disposição do indivíduo para tratar as dores e o mal psicológico. Portanto, além de cuidar do corpo, um acompanhamento psicológico é fundamental para o sucesso das terapias.
Consultoria: Ari Halpern, reumatologista; Eduardo Barreto, neurocirurgião
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