Afinal, existe estresse bom? Sim, e esse aspecto se justifica pela célebre frase do famoso médico romano Paracelso: “A diferença entre o remédio e o veneno está na dose ingerida”. O tipo de efeitos provocados pelo estresse em cada indivíduo depende de sua intensidade.
“O ser humano, por natureza, procura manter um equilíbrio de suas forças internas, com todos os órgãos trabalhando em harmonia. Quando algum evento importante, bom ou mau, ocorre em nossa vida, causando alguma mudança, nosso corpo faz um esforço para se adaptar à nova situação”, explica a psicóloga Marilda Novaes Lipp. É essa busca pelo conforto que serve de encorajamento para diversas conquistas, como uma vaga de trabalho, um parceiro amoroso ou o abandono do tabagismo, por exemplo.
A seu favor
O estresse positivo é aquele que faz com que uma pessoa busque a qualidade máxima de seu desempenho, e que lhe dá sensação de fluidez, fazendo com que se sinta pronta para encarar determinada circunstância, e traz a sensação de realização, quando a situação difícil é superada. Portanto, certo desgaste emocional é útil, e faz parte, inclusive, como princípio evolutivo de adaptação natural e instinto de sobrevivência.
Passando do limite
Agora, quando o estresse é um estado emocional constante e intenso, torna-se digno de atenção – e tratamento. Isso porque a busca por equilíbrio diante dos fatores de tensão afeta o organismo como um todo. “Quando a pessoa percebe uma ameça ou perigo, seu corpo entra imediatamente em ‘estado de alerta’ e se prepara para agir: ou luta ou foge do perigo. Para isso, é utilizada uma energia chamada de adaptativa, que é limitada em cada pessoa. Com o desequilíbrio crônico e a utilização intensa dessa energia o resultado é um desgaste físico e/ou emocional, que acarreta em diversas complicações”, explica a psicóloga.
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Texto e entrevista: Mila Pereira – Edição: Augusto Biason/ Colaborador
Fontes: Livros Como enfrentar o stress, de Marilda Novaes Lipp e colaboradores, Ícone Editora; Viva o estresse – Como transformar as pressões do dia-a-dia em uma ferramenta criativa, de Barry Lenson, Prestígio Editorial.