As manifestações artísticas que contemplam as artes visuais (desenhos, pinturas, gravuras, fotografias, filmes, entre outros) possibilitam um trabalho pedagógico com inúmeras abordagens, no qual a criança se expressa, desenvolve a criatividade, a leitura não-verbal, além de ser um recurso para entender a percepção dela sobre o mundo.
Por isso, não se pode valorizar apenas a arte final apresentada pelos alunos e esquecer as riquezas presentes durante o desenrolar das aulas nos processos de criação e contemplação. Ao mesmo tempo, não se deve oferecer aos pequenos trabalhos semiprontos para serem coloridos ou atividades que não permitam o contato com o que a arte tem de melhor: conhecer-se e expressar-se por meio de um processo criativo.
Veja como desenvolver a criatividades dos seus alunos através da arte.
Função pedagógica
Qual é o papel do educador em um processo tão complexo que possibilite um trabalho legítimo de arte na escola? O primeiro passo é a “ambientação” de um local que permita o desenvolvimento da criatividade, disponibilizando os materiais adequados, e que incentive a produção livre, sem direcionamentos. Dentro de uma proposta que atenda aos objetivos do ensino de Arte na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, é preciso lembrar que a contemplação também deve estar presente para que os alunos comecem a ler as imagens do seu cotidiano e não apenas as obras de arte.
Cantinho ideal
Nas atividades artísticas, devem-se considerar os espaços disponíveis, as superfícies, os instrumentos, os elementos de aplicação e o corpo da criança. Os espaços precisam ser apropriados às ações a serem realizadas, ou seja, as mesas, as paredes e as superfícies têm de ser escolhidas quanto à adequação ao tamanho dos alunos, às suas competências e aos locais que podem ser pintados.
Para pintar e desenhar em superfícies horizontais, tais como mesas e chão, e verticais, como paredes e cavaletes, recomenda-se que elas sejam forradas para protegê-las e para que a criança saiba onde pode deixar suas marcas. Os diferentes suportes, como papéis e tecidos de diversas texturas, lixas, isopor, papelão, telas, entre outros, podem ser cortados e rasgados para adquirirem novos formatos. Suportes tridimensionais como caixas, balões e objetos industriais também podem ser disponibilizados.
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Materiais de Arte
Quanto menor o aluno, maior deve ser o cuidado com os materiais disponíveis. O tamanho ideal do suporte é a extensão do braço esticado da criança e, na medida em que ela se familiarizar, você pode diminuí-lo. Quanto aos instrumentos, pode-se oferecer canetas, lápis de cor, giz de cera, carvão, tesoura, cola, carimbos, pincéis e tintas.
Não se pode esquecer de que as mãos e os dedos são os instrumentos principais, pois podem tocar tudo, explorando as texturas. Ao manusear os materiais, os alunos deixam suas marcas, por isso, quanto mais adequados ao seu tamanho e às necessidades, mais facilidade eles terão no controle e domínio do uso de determinado instrumento.
Objetos mágicos
A tesoura é um objeto que encanta os pequenos, com a possibilidade de cortar tudo que está ao alcance deles, mas é uma ferramenta que preocupa pela sua função. O uso desse material mostra a conquista da independência da criança e seus progressos.
Já os elementos de aplicação, que possibilitam colar, acoplar, montar em superfícies bidimensionais e tridimensionais, permitem a criação a partir do uso de diversos materiais como: tampinhas, pedaços de papel, papelão, tecido, linha, barbante, lantejoula e uma infinidade de elementos que dão volume, abrindo a possibilidade de levar a novas criações, que para tanto utilizam cola, massas de modelagem, cola quente e tudo sob a sua supervisão, claro.
Texto: Mayra Ferreira
Consultoria: Maria do Carmo Monteiro Kobayashi e Ana Gabriela de Brito Testa (pedagogas).
Revisão: Mariana Kohlrausch