Nenhum mal-estar é tão democrático quanto a dor de cabeça em mulher: ela afeta praticamente todas as pessoas, independentemente de idade, condição social ou etnia – segundo pesquisa do IBOPE, 95% dos brasileiros declaram ser incomodados por esse mal de alguma forma em seu dia a dia. Contudo, quando fazemos um recorte por gênero, as estatísticas provam que as mulheres são muito mais acometidas do que os homens.
A dor de cabeça atinge cerca de 20% das mulheres e apenas 6% dos homens. E, além de gatilhos como exaustão, luz excessiva, barulho e má alimentação, no caso das mulheres, fatores hormonais também contribuem para desencadear a chamada cefaleia. Mas por que acontece essa dor de cabeça em mulher?
A Dra. Célia Roesler, diretora da Sociedade Brasileira de Cefaleia e vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, e a nutricionista Marina Nogueira, autora do blog Não conto calorias, trazem cinco mitos e verdades comuns sobre a dor de cabeça sentida pelas mulheres.
Confira o motivo de dor de cabeça em mulher:
A dor de cabeça não se altera no período da TPM?
MITO. A doutora alerta que a dor de cabeça pode piorar neste período, principalmente por conta da ovulação. “O período pré-menstrual é marcado pela oscilação hormonal e isso pode desencadear a cefaleia. Com a menarca (primeira menstruação), a primeira crise de dor de cabeça forte pode surgir e, de mesmo modo, com a menopausa, pode diminuir. Além desta fase, é importante citar que as gestantes também podem ter crises, sobretudo no primeiro trimestre da gravidez, mas elas podem melhorar a partir do segundo devido às oscilações hormonais. A mulher, em todas as fases de sua vida, precisa valorizar o bom andamento de seu estilo de vida para não se tornar vulnerável aos gatilhos”, complementa.
As mulheres sentem dores de cabeça mais fortes que os homens?
MITO. A Dra. Célia afirma que a enxaqueca é mais frequente nas mulheres devido às oscilações hormonais. No entanto, os homens também podem ter enxaqueca e outras dores de cabeça tão fortes quanto às mulheres. Por isso, os homens devem ter atenção aos fatores que predispõem às crises, como o jejum prolongado, sedentarismo, privação de sono e excesso de trabalho. “Algumas atitudes podem evitar a dor de cabeça, tais como praticar exercícios regularmente, ter uma alimentação adequada. Uma dica é ter atenção no consumo de água que, se consumida em pouca quantidade, também se torna um grande gatilho para a dor. Importante também prestar atenção se a dor persiste. Nesse caso, a avaliação de um médico será fundamental”, comenta a Marina.

Foto: baranq/shutterstock
Dor de cabeça pode ser sinal de doenças graves?
VERDADE. “A dor de cabeça já é um sinal de que algo no corpo não está bem. Algumas situações podem ser um sinal de doença grave, como: o incômodo que aparece pela primeira vez em pacientes com mais de 50 anos; quando a pessoa fala que é a pior dor que ela já teve; ou quando a dor muda o padrão e é desencadeada por espirro, tosse, evacuação ou outro esforço físico. Casos como esses devem ser avaliados o mais breve possível por um especialista, de forma a afastar problemas como tumores ou aneurismas”, explica a Dra. Célia.
O autocuidado faz a diferença na prevenção da dor de cabeça?
VERDADE. Não é preciso encarar a dor como uma inimiga, mas uma sinalização do organismo a favor da saúde como um pedido de cuidado. “A prevenção e alívio da dor estão atrelados na busca pelo respeito ao corpo, desenvolvendo um estilo de vida mais harmônico e saudável”, salienta Marina. “Cada dor é única e deve ser prevenida e tratada corretamente. A recomendação médica deve ser sempre levada a sério e, a partir do momento em que a mulher passa a se conhecer melhor e entender os sinais de seu corpo, a valorização de um estilo de vida saudável torna sua rotina mais equilibrada”, afirma a Dra. Célia.
Ficar de jejum provoca dor de cabeça?
VERDADE. “A hipoglicemia, ou seja, o baixo nível de açúcar no sangue, é um exemplo que pode desencadear dores de cabeça devido ao jejum prolongado, já que o cérebro necessita de glicose para o bom funcionamento”, esclarece a Dra. Célia. Já a nutricionista Marina Nogueira explica que as mulheres, com frequência, se preocupam com a perda de peso e adotam dietas extremamente restritivas: “Quando isso acontece, o corpo sente falta do nutriente excluído, o que pode desencadear uma dor de cabeça. Adotar técnicas de jejum podem impactar o metabolismo e trazer resultados negativos”. A especialista ressalta, ainda, que o mau funcionamento do intestino, ou seja, que não possui uma determinada regularidade pode ocasionar, como efeito colateral, dores de cabeça. “Para o melhor desempenho do intestino, uma dica é apostar nos produtos naturais e muita hidratação. Comer a cada três horas também pode auxiliar, mas isso varia muito de pessoa para pessoa. Uma alimentação saudável depende do conjunto de refeições e de alimentos que a pessoa consome, e não de um ou outros alimentos específicos”, conclui.
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