Fase vulnerável
Por terem o sistema imunológico mais fraco, as crianças são mais suscetíveis às doenças virais e bacterianas, desenvolvendo a asma durante a infância. Quando começam a frequentar a escola, também é comum que fiquem mais gripadas. Para os bebês e crianças que já têm a predisposição genética a desenvolver a bronquite asmática, todos esses fatores se tornam riscos à saúde.
No caso deles, “a amamentação é extremamente importante, porque aumenta a proteção do bebê contra vírus respiratórios, que são os gatilhos de crises de asma nessa fase”, explica Iara Fiks, pneumologista. Além disso, fique sempre atendo ao fatores de risco para a doença. Alérgenos (como ácaro, poeira, mofo e pelos de animais), poluição, ambientes fechados, produtos químicos com odores fortes e mudanças climáticas são outros elementos desencadeadores das crises de asma em todas as idades.
Na vida adulta
Muitos pacientes com asma na infância deixam de apresentar os sintomas de falta de ar e crises, abandonando o tratamento e o acompanhamento médico por acharem que se curaram. É possível ter controle total da doença, mas lembre-se: a asma não tem cura!
Mesmo sem apresentar crises frequentes, o paciente pode manifestar a doença, principalmente durante as mudanças de estação, em casos de infecções respiratórias e após exercícios físicos rigorosos. A obesidade e o estresse estão relacionados com a piora da asma em todas as idades.
Terceira idade
“Com a idade, a musculatura dos pulmões perde a elasticidade e a respiração se torna mais difícil, provocando cansaço. O sistema imunológico dos idosos é mais frágil, o que dificulta a identificação da asma. A doença apresenta sintomas similares aos de doenças cardíacas e outras doenças respiratórias e seus indícios podem ser confundidos com sinais de envelhecimento. Por isso, a asma costuma ser subdiagnosticada nos idosos”, explica Iara. A partir dos 60 anos, a preservação da capacidade respiratória é fundamental, já que está ligada com a capacidade de trabalhar e ser independente. Por isso, cuide-se!
Diagnóstico e tratamento em todas as faixas etárias
A asma não tem cura, mas pode ter seus sintomas controlados, conferindo maior qualidade de vida! A especialista ressalta que, apesar do diagnóstico ser mais difícil em crianças com até 5 anos, é importante não negligenciar sinais de que algo está errado.
De acordo com a Iniciativa Global para Asma (GINA), alguns alertas são: apresentar sintomas mais de duas vezes por semana, ter problemas para dormir, utilizar medicamento de resgate também mais de duas vezes por semana e ter limitações na rotina devido à asma. Para identificar a bronquite, crianças a partir dos 6 anos podem realizar o exame de espirometria, conhecido como teste do sopro.
Já o tratamento, Iara explica que é através do corticoide inalatório, hormônios que possuem ação anti-inflamatória.”Existem dois tipos de broncodilatadores: beta adrenérgicos e anticolinérgicos. O tiotrópio é o único anticolinérgico aprovado para o tratamento da asma. Ele melhora a função pulmonar e pode reduzir em 21% o risco de exacerbações da asma. O medicamento é indicado para asma em adultos no Brasil desde 2015 e, aguarda a aprovação da ANVISA para a indicação voltada para o tratamento de crianças a partir dos 6 anos. O tratamento da doença tem o objetivo de prevenção e controle, não apenas nos momentos de crises”, finaliza.
Texto: Rebecca Crepaldi/Colaboradora | Consultoria: Iara Fiks, pneumologista e doutora pela faculdade de medicina da USP
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