Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), para cada homem com depressão no mundo, existem duas mulheres que também enfrentam o problema. Entre as causas estão a sobrecarga de trabalho e a desvalorização, tanto no lar, quanto no ambiente profissional. Afinal, diante de uma cultura machista e patriarcal na qual vivemos, muitas delas ainda se veem presas à uma verdadeira maratona, a qual engloba afazeres domésticos, cuidar dos filhos, vida profissional, dar atenção ao relacionamento, academia, cursos e idas aos salões de beleza.
A psicóloga Lizandra Arita orienta que é fundamental que a mulher – estando ela com depressão ou não – aceite que não existe o ideal de “mulher perfeita”, mas sim a humana com suas próprias limitações. “As revistas femininas e os programas de TV costumam propagar este ideário. Uma mulher que possa conciliar toda a rotina doméstica, bem-sucedida profissionalmente e ainda estar dentro dos padrões de beleza”, comenta.
Na opinião da terapeuta, a sobrecarga da rotina doméstica, por exemplo, deve ser melhor administrada entre os integrantes da família: “O marido e os filhos precisam colaborar também nas tarefas de casa. Esse dever não cabe somente à esposa. Dizer ‘não’ para determinadas atividades e reconhecer as limitações físicas e emocionais é de suma importância para evitar o estresse”, aconselha a especialista.
Vale lembrar que mulheres de meia idade, entre 35 e 50 anos, passam por um período de alterações clínicas distintas, que pode decorrer de oscilações hormonais mais significativas, produção mais baixa dos hormônios ovarianos e irregularidades menstruais, culimando em alterações no sono, na memória e/ou no humor.
Segundo Lizandra, a mulher necessita se libertar da escravidão imposta a si mesmo. “Olhar para si não é sinônimo de egoísmo ou de quem abandonou as necessidades da família, mas sim um sinal de que também é humana e merece toda a atenção”, conclui a profissional.
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