Muito do que se ouve sobre o problema pode gerar ainda mais dúvidas. Por isso, convidamos especialistas para esclarecer as principais questões. Confira!
1. Quando é preciso procurar ajuda médica?
Qualquer pessoa pode consultar um psicólogo em alguma fase da vida, para se entender melhor ou só desabafar. Mas essa consulta torna-se indispensável quando sintomas como tristeza e apatia persistem e refletem nas atividades diárias e relações interpessoais. “O psicólogo ou psicanalista proporcionará uma escuta sobre as questões envolvidas na causa da depressão e assim será possível buscar um modo diferente de lidar com elas”, explica a psicóloga Márcia Fraga.
2. Como diferenciar a tristeza comum da depressão?
As tristezas do dia a dia são passageiras. “Assim que a questão é resolvida ou melhor elaborada pela pessoa, o sentimento passa”, destaca Márcia. Já na depressão, o indivíduo pode ter dificuldades para encontrar o fator desencadeante. “A depressão é mais duradoura e traz outros sintomas, como perda de apetite, alterações do sono, perda de libido e de interesse em assuntos ou atividades antes prazerosos, sensação de insegurança e diminuição da autoestima. Em geral, há uma lentidão motora, mas pode haver agitação em alguns casos”, descreve a psicóloga.
3. Qualquer pessoa pode ter depressão?
Sim, pois as causas que desencadeiam a doença são variadas. Porém, pesquisas indicam que filhos de pais depressivos têm maior tendência ao problema. “Isso ocorre porque a depressão está relacionada à produção de serotonina no indivíduo, que é herdada geneticamente. Além disso, não podemos esquecer que a convivência em um ‘lar deprimido’ também exerce influência na formação da personalidade do indivíduo”, informa a psicóloga Marcella Mantovani Pazini.
4. Quais pessoas são mais propensas a desenvolver a doença?
Apesar da doença poder aparecer em qualquer idade (mesmo na infância), mulheres e idosos são os mais atingidos. As alterações hormonais tornam o sexo feminino mais vulnerável. No caso dos idosos, geralmente a depressão está associada à diminuição da autonomia, ao isolamento e à perda de familiares e amigos. Cerca de 15% da população idosa apresenta os sintomas da doença, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
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5. É possível prevenir?
Alguns tipos não podem ser prevenidos, já que estão ligados a desordens no funcionamento cerebral. “Porém, um estilo de vida saudável, que inclua atividade física regular e alimentação adequada, bem como a presença de vínculos afetivos, é considerado fator protetor contra a depressão, além de ajudar na recuperação de quem já sofre com o problema e diminuir as chances de recaídas”, completa a psiquiatra Mara Fernandes Maranhão.
Consultoria Márcia Fraga, psicóloga; Marcella Mantovani Pazini, psicóloga; Mara Fernandes Maranhão, psiquiatra