“Não se afobe, não, que nada é pra já”. A letra da canção Futuros Amantes, de Chico Buarque, pode generalizar demais, mas não deixa de ter um fundo de verdade. Por mais urgente que algo seja, sempre há tempo para fazê-lo com calma. Apesar de o cantor e compositor estar se referindo ao amor, é possível aplicar a sugestão de não se afobar nas mais diversas situações do dia a dia, evitando, assim, despertar o monstro da ansiedade.
Mil e uma tarefas
“Hoje em dia, com a globalização digital, praticamente tudo precisa ser feito ‘aqui e agora’. O presente é feito da mistura entre as atividades rotineiras e a execução dos projetos que foram pensados lá atrás”, afirma o neurologista Martin Portner.
O nível acelerado que a vida vem tomando, somado à facilidade de conectividade presente em dispositivos móveis, como celulares e tablets, e as cobranças cotidianas têm feito com que muitas pessoas ajam na forma de precrastinação, isto é, realizam uma tarefa tão logo a recebem. O motivo? Se livrarem antecipadamente da ansiedade que pode vir a surgir. No entanto, tal lógica pode gerar exatamente o efeito contrário, já que estamos o tempo todo fazendo algo, sem ter um momento para nós mesmos.
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Consultorias: Martin Portner, neurologista especialista em neurociência pela Universidade de Oxford, no Reino Unido; Semadar Marques, especialista em empatia, inteligência emocional, propósito de vida e liderança colaborativa.
Texto e Entrevistas: Natália Negretti – Edição: Augusto Biason / Colaborador