Brincadeiras e preconceitos levam as pessoas a não falarem sobre problemas na região anal, incluindo as hemorroidas, nem para os médicos. Esse equívoco pode atrasar o diagnóstico e, assim, o tratamento, comprometendo seriamente a qualidade de vida do paciente. Para desvendar os mitos e as dúvidas sobre esse assunto, nossa equipe conversou com o médico Mencio Accorroni, da Bioplástica Brasil.
Fatores para o surgimento
- Hemorroidas são veias dilatadas do ânus e do canal anal. Existem dois tipos: as externas e as internas, podendo uma pessoa ter as duas, quando são chamadas de hemorroidas mistas.
- Aquela ideia de que a hemorroida está relacionada ao sexo anal não passa de mito. Ainda que essa prática possa provocar lesões, tudo volta ao normal em pouco tempo.
- Já a doença hemorroidária é persistente e vem acompanhada de sintomas como sangramento, ardor, coceira e incômodo na região anal, geralmente durante ou após a evacuação
- Embora as causas não sejam bem definidas, há condições que facilitam o aparecimento da hemorroida, entre elas: intestino preso, diarreia crônica, fator genético, obesidade, sedentarismo, grandes esforços físicos e idade avançada
- As mulheres são quatro vezes mais atingidas pelo problema e, no caso delas, o aparecimento da doença pode estar associado ao número de gestações e partos
- Uma alimentação pobre em fibras também influi no desenvolvimento e piora do quadro clínico. Por outro lado, quem ingere de 2 a 3 litros de líquido por dia, consome muitas verduras, legumes e frutas com bagaço e evita alimentos gordurosos, excesso de condimentos e bebidas alcoólicas tem menos chance de desenvolver a doença.
Possibilidades de tratamento
- Escleroterapia: trata-se de uma injeção de líquido esclerosante na hemorroida, técnica hoje pouco utilizada.
- Fototerapia: é a aplicação de luz no local afetado, atualmente pouco usada.
- Ligadura elástica: ainda bastante comum, essa técnica usa um anel elástico para “amarrar” a hemorroida.
- Tratamento cirúrgico convencional: deve ser usado nos processos de doença hemorroidária de grande porte, sempre em centro cirúrgico sob algum tipo de anestesia.
Crioterapia: técnica mais moderna
Na crioterapia, aplica-se nitrogênio líquido (-196°C) sobre o mamilo hemorroidário, levando à necrose (morte) da hemorroida, com processo posterior de fibrose (cicatrização) no local.
Vantagens: trata-se de um procedimento feito no consultório e não de um método cirúrgico, o que evita internação hospitalar e anestesia.
Resultados: nas hemorroidas pequenas internas (I grau) o sucesso é de 80 a 90%; nas maiores (II grau), a média é de 50 a 70%, sendo essa técnica mais indicada para esses dois casos.
Sessões: a quantidade de vezes que o procedimento é usado está associada ao número de hemorroidas encontradas. Geralmente, uma única sessão em cada hemorroida é suficiente.
Quando procurar o médico?
Normalmente, a doença hemorroidária não dói, mas diante de qualquer sinal ou desconforto deve-se sempre procurar um especialista para definir o diagnóstico, evitando que o quadro evolua para uma doença mais grave como câncer ou retocolite ulcerativa. Entre as consequências de não tratar o problema estão aumento dos sintomas, levando a muita dor, e complicações, sendo a pior delas a trombose hemorroidária, quando há a exteriorização dos mamilos hemorroidários pelo ânus, o que requer cirurgia de urgência.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Mencio Accorroni, médico da Bioplastica Brasil
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