Quando se fala de amor, principalmente o eros, aquele do desejo e da atração sexual, é praticamente impossível desassociá-lo da figura de um coração. Em datas comemorativas, como aniversários de namoro e casamento e dia dos namorados, chocolates e cartões ganham o formato do símbolo dos apaixonados. Tudo bem que, quando a paixão toma conta, o coração dispara ao ver ou pensar na pessoa amada. Mas será essa a única reação que acontece no corpo? Seria esse órgão o principal correspondente do amor? E quais as outras reações que esse sentimento provoca no corpo?
O amor e suas reações no corpo inteiro
“Esta associação do amor com o coração vem desde a Antiguidade, pelo caráter do órgão. Suas características ‘quente’, ‘pulsante’ e ‘vermelho’ sempre se correlacionaram com o viver, os sentimentos e a paixão. Para os gregos, a alma residia no coração, que era considerado, assim, o órgão mais importante do corpo”, contextualiza o cardiologista Horacio Gomes Pereira Filho.
Além do cérebro, esse sentimento provoca sinais por diversas regiões do corpo, mas, de certa forma, todos têm a mesma origem. “As manifestações apresentadas durante o início do relacionamento estão vinculadas à produção de dopamina e noradrenalina. Juntos, estes neurotransmissores promovem uma oscilação de sentimentos e de sensações corporais, tais como, ‘frio na barriga’, ‘borboletas no estômago’, suor excessivo e pupilas dilatadas. Nessa fase, as regiões corticais e subcorticais estão ativadas, assim como o sistema límbico, que está diretamente envolvido com as emoções”, explicam Michelle Lima, Tatiani Bellettini e Francielle Mina, doutorandas em neurociência.
Além disso, em alguns casos, sentimos nosso rosto “queimar” e, quando notamos, ele já está vermelho. “É possível explicar esse sintoma pela taquicardia e vasodilatação dos vasos sanguíneos da face, que aumentam a circulação de sangue na região, mediada por adrenalina e noradrenalina. É uma resposta primitiva do sistema nervoso central a uma situação de ansiedade”, comenta o cardiologiasta Horacio Gomes Pereira Filho.
LEIA TAMBÉM:
- Cérebro: como funciona a mente de uma pessoa apaixonada
- De onde vem o amor e a atração por outra pessoa?
Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Francielle Mina, bióloga; Michelle Lima Garcez, farmacêutica; Tatiani Bellettini, bióloga, doutorandas no Laboratório de neurociências da Universidade do Extremo Sul Catarinense, em Criciúma (SC); Horacio Gomes Pereira Filho, cardiologista da a+ Medicina Diagnóstica.