O que nos leva a sentir atração por uma pessoa e não outra continua sendo um mistério do ponto de vista da ciência. Mas algumas ações do amor em nosso organismo são conhecidas. No cérebro, por exemplo, há diversas alterações quando estamos diante da imagem da pessoa por quem estamos apaixonados.
Como o amor age no cérebro
“Nos momentos de amor, há a liberação de neurotransmissores, como a dopamina (que age no comportamento, memória, atenção e humor) e noradrenalina (responsável pelo estado de alerta), levando a uma sensação gratificante”, descrevem Michelle Lima, Tatiani Bellettini e Francielle Mina, doutorandas em neurociência.
Os receptores de dopamina estão localizados em diversas regiões do cérebro, inclusive em locais relacionados ao sistema dopaminérgico de recompensa. “Nessas áreas, também ocorre um aumento dos níveis dos hormônios sexuais, por exemplo, ocitocina e vasopressina que são observados em indivíduos que se encontram em relações estáveis e duradouras, permitindo uma intensificação do desejo sexual, da sensação de bem-estar e conforto”, esclarece o cardiologista Horacio Gomes Pereira Filho.
Porém, nem tudo são mil maravilhas nesse processo. Outro neurotransmissor, a serotonina, responsável pelo prazer, tem sua quantidade reduzida na fase inicial da paixão. “No início, há uma estimulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) no cérebro, ocorrendo um aumento de cortisol. Essa ação reduz os níveis de serotonina e aumenta os de noradrenalina, levando à excitação, mas também eleva a ansiedade e causa oscilação de humor”, indicam Michelle, Tatiani e Francielle.
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Francielle Mina, bióloga; Michelle Lima Garcez, farmacêutica; Tatiani Bellettini, bióloga, doutorandas no Laboratório de neurociências da Universidade do Extremo Sul Catarinense, em Criciúma (SC); Horacio Gomes Pereira Filho, cardiologista da a+ Medicina Diagnóstica.