Um labirinto formado por rios e mata, habitado por representantes da mais rica biodiversidade do planeta. À quase tudo na Amazônia pode-se aplicar, com rigor científico, o título de “maior do mundo”: sua reserva de água doce, sua bacia hidrográfica, sua área de floresta tropical úmida, seus arquipélagos fluviais… Imergir nesse universo de superlativos significa render-se a uma vida onde a natureza dita as regras. E descobrir que isso é muito bom!
Dias 1 e 2 | Manaus
A capital do Amazonas é a principal porta de entrada para a floresta. Nossa sugestão: reserve três dias para a cidade e seus arredores e quatro para a aventura na selva. O café regional é requisito para começar bem o dia. Frutas típicas como cupuaçu, açaí e bacuri emprestam seu sabor a sucos, bolos e biscoitos. Há também caldos de peixe, paçoca de carne-seca, tapiocas e sanduíches como o famoso “x-caboquinho”: pão francês recheado com queijo coalho, tucumã (espécie de coco da palmeira de mesmo nome) e banana frita.
Depois dessa refeição pra lá de reforçada, é hora do clássico passeio de barco que começa no porto flutuante de Manaus e tem como principal atração o encontro entre as águas escuras do rio Negro e as águas barrentas do Solimões: ambos correm lado a lado, sem se misturar, por quilômetros. As agências locais incrementam a excursão com almoço em restaurante flutuante, pescaria de piranhas, ida ao Parque Ecológico do Lago Janauarí para fotografar vitórias-régias…
O Bosque da Ciência, que fica no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), é a pedida para se ver de pertinho e com toda a segurança ariranhas, peixesbois, macacos, araras e jacarés. Não deixe de conhecer também uma herança impressionante do áureo ciclo da borracha: o Teatro Amazonas. Um dos pontos fortes da construção é sua acústica, por isso, se tiver oportunidade, assista a um dos espetáculos apresentados no local.
No fim da tarde, faça uma pausa para admirar o pôr do sol no mirante da Ponta Negra, uma praia fluvial a cerca de 13 quilômetros do centro da cidade. Mas, se for um domingo, prepare-se para encontrar uma multidão no local. Estique o passeio até a noite para escolher suvenires na feirinha de artesanato da Ponta Negra (as barraquinhas ficam perto do luxuoso Hotel Tropical) e conferir as apresentações de boi-bumbá que os bares do local organizam.
Dia 3 | Presidente Figueiredo
Esta cidade, distante 107 quilômetros de Manaus pela BR-174, fez sua fama devido às belas cachoeiras (são mais de 100), grutas e rios com corredeiras, sempre em meio à exuberância da mata densa e com chances de conhecer aves raras, como o lindo galo-da-serra e o famoso uirapuru. No centro de atendimento ao turista, é possível contratar guias para desbravar as trilhas até lugares de impressionante beleza cênica, como as cachoeiras do Santuário, da Iracema e da Pedra Furada (imperdível: a água cai através de buracos na rocha, como se fosse um chuveiro gigante) e a caverna Palácio do Galo-da-Serra, com impressionantes formações rochosas.
A maioria desses pontos fica em propriedades particulares, cujos donos cobram de R$ 5 a R$ 10 a entrada. Mas há mais em Presidente Figueiredo. Amantes da pesca esportiva vão se esbaldar no lago de Balbina, e quem se interessa por história precisa visitar a Gruta do Batismo, um sítio arqueológico que preserva pinturas rupestres. Não dá para deixar de provar a tapioca gigante no Café Regional da Priscila, na avenida principal, uma das delícias que fazem a fama do local.
Dias 4 a 7 | Floresta Amazônica
Embrenhar-se na mata é exigência para vivenciar a Amazônia e transformar sua viagem naquilo que se pode chamar de experiência. Quem deseja fazê-lo tem duas alternativas (e, se preferir, pode inclusive combiná-las): os hotéis de selva e os cruzeiros fluviais. Os hotéis de selva contam com uma enormidade de opções, das mais luxuosas às mais simples (se fizer questão de banho quente, pergunte se o lugar possui energia elétrica antes de fazer sua reserva).
As atividades oferecidas contam sempre com a companhia de um guia, muitas vezes nativo: pescaria de piranhas, caminhadas pela floresta, focagem de jacarés, observação de pássaros, contato com animais como quatis, macacos e araras, passeios de canoa, visitas a comunidades ribeirinhas… Sem contar o chamado “safári”: uma noite de acampamento na floresta com aula de sobrevivência longe da civilização.
Quem opta por cruzeiros fluviais também conta com diversidade: há inúmeros barcos, com saídas regulares ou possibilidade de fretamento, e trajetos tanto no rio Negro quanto no Amazonas. A maioria das embarcações, mesmo as que acomodam poucos passageiros, conta com banheiro privativo nas cabines e ar-condicionado. Durante o cruzeiro, são feitas paradas para trilhas, passeios de canoa, banhos de rio, observação de fauna e flora… Os cruzeiros costumam incluir o encontro das águas em sua rota, assim como alguns hotéis de selva que utilizam barcos para fazer o traslado de hóspedes.
Esticadinha: Parintins
Quem programa viajar para o Amazonas no mês de junho conta com uma vantagem: todos os anos, no último final de semana desse mês, a cidade de Parintins celebra o boibumbá. O festival, que recebe pelo menos 50 mil turistas a cada edição, pinta a cidade de azul e vermelho, cores que representam as associações folclóricas Caprichoso e Garantido, respectivamente. O jeito mais fácil e rápido (cerca de uma hora) de chegar a Parintins é voando. Os barcos que ligam Manaus a Parintins demoram em média 15 horas para vencer os 420 quilômetros do percurso.
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